postado em 08/12/2013 08:00
O mundo que o Sepultura enxerga é caótico e melancólico. Nele, soldados que voltam das guerras não conseguem se readaptar à sociedade. Diante do fantasma de terem dizimado famílias inteiras, são incapazes de dormir à noite. Enquanto isso, o líder da Igreja Católica renuncia ao posto em meio a uma série de escândalos no Vaticano. Os fiéis, de outro lado, estão morrendo de fome. Acontece que o mundo da banda de heavy metal mineira é o mesmo que o nosso. ;A gente não está inventando história nenhuma;, garante o guitarrista Andreas Kisser, em entrevista ao Correio.
É essa atmosfera, ora sombria ora contestadora, que permeia o novo disco do grupo, batizado de The mediator between head and hands must be the heart (algo como ;o intermediário entre a cabeça e as mãos deve ser o coração;, em livre tradução). O nome é inspirado em uma frase do filme Metrópolis, clássico do expressionismo alemão de 1927, do diretor Fritz Lang.
Enquanto a temática das letras de Andreas Kisser e do vocalista Derrick Green se aprofundam em águas cada vez mais obscuras, a sonoridade da banda, completada por Paulo Xisto (baixo) e Eloy Casagrande (bateria), segue pesada, cavernosa e apocalíptica.
A exemplo da obra de Fritz Lang, o guitarrista percebe uma sociedade cada vez mais robotizada, trabalhando sem lazer para que poucos usufruam. A frase que batiza o projeto vem contestar e questionar esse ;lado máquina; do ser humano. ;Esse é um discos mais agressivos que a gente fez;, acredita Andreas. The mediator teve produção do gabaritado Ross Robinson, o mesmo por trás do incensado Roots, que o Sepultura lançou em 1996 e é considerado o maior sucesso da banda.
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