Adriana Izel
postado em 14/12/2013 08:00
A música baiana não é mais a mesma e, no mínimo, não será. Não após a saída dos vocalistas das principais bandas de axé. Em março, Saulo Fernandes passou o comando da Banda Eva para Felipe Pezzoni. Neste ano, três cantores anunciaram que vão deixar seus grupos a partir de 2014 para fazer carreira solo; são eles Bell Marques, o icônico nome a frente do Chiclete com Banana; Léo Santana, do Parangolé; e Alinne Rosa, do Cheiro de Amor.Desses, a maior surpresa fica por conta de Bell Marques, há mais de 30 anos como a cara do Chiclete. Já a Banda Eva e o Cheiro de Amor são conhecidos por alguma rotatividade nos vocais. As bandas já foram comandadas por Ivete Sangalo, Emanuelle Araújo (atualmente no Moinho), Gilmelândia, Carla Visi e Márcia Freire. ;Acho que o carnaval da Bahia e o axé-music estão passando pela maior mudança de todos os tempos. No caso de Bell, de uma banda que tem uma tradição, as paredes estão se mexendo;, acredita Saulo. Para o cantor, a música baiana estava há algum tempo em um marasmo. ;Estava tudo dando certo para todo mundo e eu, de certa forma, balancei isso;, afirma.
No comando da Banda Eva, Felipe Pezzoni acredita que as mudanças são uma forma de escrever uma nova história no estilo musical. ;As transformações são positivas. E o maior exemplo disso é a própria Banda Eva, que sempre revelou novos artistas. Isso enriquece o meio, o ciclo e o axé;, destaca.
Três perguntas para Saulo
Nesse novo trabalho você traz um estilo bem diferente do que apresentava na Banda Eva. Você considera que ainda faz axé? Ou não gosta desse tipo de rótulo?
A internet globalizou a história de uma maneira justa. Nunca gosto de chamar meu trabalho de nada. Não tenho nada contra ser chamado de axé. É um movimento bem-sucedido, do qual faço parte. Meu novo trabalho tem uma abrangência maior, conversa com outras coisas.
Como está a expectativa para levar um bloco no carnaval baiano pela primeira vez em carreira solo?
Estou com um nervoso de criança. Parece que eu nunca fiz isso na vida. E olha que tenho, sei lá quantos anos de carreira. É tudo novo, de novo. A expectativa é deliciosa, acho que vai ser lindo. Tive uma sorte em escrever Raiz de todo bem, que fala, sobretudo, dos baianos e dos nordestinos. Acho que essa música vai dizer coisas fortes no carnaval. Vai emocionar. Vai me emocionar. Sou meio assim, meu nome é chorão. Tenho uma sensibilidade, me emociono muito fácil e acho que isso vai acontecer no carnaval.
Por que a escolha de um chinelo para representar sua carreira?
O chinelo é uma cultura, porque sou assim mesmo. Não gosto de coisas que me apertem. E sendo do litoral e da praia, tem essa coisa de ser cultural. O que acontece é que isso vira chinelismo. Eu tinha um Instagram e através dele coloquei #chinelismo. Era uma palavra que não existia, mas tudo que vem com jogo da velha, vira jogo novo. Não tem nada de específico, teórico. É uma sensação também de voar com os pés no chão e dizer que a gente pode ir aonde a gente quiser.
Confira o clipe de Raiz de todo bem
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