Diversão e Arte

Coleção de tirinhas é relançada na passagem dos 25 anos da morte de Henfil

A coletânea reúne alguns dos melhores personagens da fauna do artista gráfico: o Fradim, o Cumprido, o Bode Francisco Orelana, a Graúna e o Zeferino

Severino Francisco
postado em 17/12/2013 08:18
As aventuras ideológicas do personagem Fradim são recontadas nas tirinhas
Na consciência do artista gráfico Henfil, havia dois personagens se digladiando: o menino formado dentro da mais rígida ética religiosa católica e o subversivo pronto para implodir com tudo, por meio de suas bombas hilariantes de ironia. Por isso, apesar de ser um ativista social e empunhar várias bandeiras de luta, ele driblou espetacularmente o dogmatismo e era, ao mesmo tempo, o mais politicamente incorreto dos humoristas.

Henfil, morto em 4 de janeiro de 1988, está novamente em circulação com o relançamento de uma verdadeira preciosidade: a coleção completa das revistas do Fradim (Editora Codecri), fora de catálogo há muito tempo e disputada nos sebos de livros a preços salgados. A coletânea reúne alguns dos melhores personagens da fauna do artista gráfico: o Fradim, o Cumprido, o Bode Francisco Orelana, a Graúna e o Zeferino. Henfil era uma espécie de filósofo que se expressava por meio do desenho. Nada tem a ver com a linha do humor besteirol que assola o país nos dias de hoje. Ele conseguiu a façanha de participar do debate político e cultural na condição de artista gráfico.



O Urubu que desenhou para o Jornal dos Sports virou símbolo da torcida do Flamengo. A escritora Clarice Lispector ficou muito ofendida de ter sido colocada no polêmico Cemitério do Caboco Mamadô, criado por Henfil para sepultar figuras da vida pública brasileira que aderiam ou se omitiam diante das atrocidades cometidas pelo regime militar instaurado a partir de 1964. Na sua verve acelerada, ele cometeu, algumas vezes, injustiças e equívocos de avaliação.

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