Ricardo Daehn
postado em 21/12/2013 16:29
Sob enorme pressão nos bastidores de Uma estranha amizade (o terceiro longa-metragem sob seu comando, que está em cartaz nos cinemas da cidade), o diretor Sean Baker admite que não teve sossego ao lidar com o sobrenome de peso de uma das atrizes: Hemingway. ;Não me tornei mais seguro, com a presença de Dree (bisneta do cultuado Ernest Hemingway);, entrega o diretor, apaixonado pelos contos do criador de Adeus às armas.
;Gosto, em especial, de Men without women (Homens sem mulheres), coletânea de 1927. Eu me identifico demais com aquelas histórias. Na minha admiração, Hemingway teve um tipo de pureza que atravessava o processo da escrita. Vivo retornando a uma citação dele: ;Não há nada em escrever: tudo o que você faz é se sentar em frente à máquina de escrever e sangrar;. Na edição cinematográfica, é que me encontro com o filme feito. Rescrevo meu longa, nesta etapa: na ilha de edição, é que me deixo sangrar;, diz.
Aos 42 anos, Sean Baker, que já ganhou troféu no extinto Festival Internacional de Cinema de Brasília (em 2009), lida com destreza com temas ligados à melhor idade. ;A relação de amizade entre as gerações representadas no filme não tocou um grau pessoal. Talvez meu desejo recorrente de estreitar laços com alguém de mais idade tenha me conduzido a fazer o filme. O nível de detalhe veio da liberdade de permitir que as atrizes Dree Hemingway e Besedka Johnson criassem uma verdadeira intimidade na frente das câmeras. Existiu um vínculo real traduzido na realização do filme;, explica.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.