Nahima Maciel
postado em 24/12/2013 07:11
Colecionadores são seres ávidos, incansáveis e, às vezes, insaciáveis. Por isso mesmo são vitais numa cadeia que resultou nas maiores coleções de arte do mundo. Não fosse o rei Francisco I, da França, ter comprado a Monalisa das mãos de Leonardo da Vinci, ela talvez não repousasse serena em uma das galerias do Museu do Louvre. As coleções privadas são depositárias de alguns dos maiores tesouros da arte de um país e, no Brasil, boa parte delas ajuda a abastecer as salas carentes de acervo dos maltratados museus brasileiros. São Paulo não teria o Masp nem o MAC/USP não fosse o tino de colecionador de figuras como Cicillo Matarazzo e Pietro Maria Bardi.As coleções privadas são, hoje, no Brasil, os nichos de preservação e acumulação do que há de melhor na arte brasileira. Desde 1993, a coleção de sete mil obras de Gilberto Chateaubriand recebe os visitantes do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ) com pérolas das últimas cinco décadas da produção brasileira. Em 2005, foi a fez do colecionador Joaquim Paiva doar 1.090 fotografias de uma coleção de 2,8 mil. Nos últimos oito anos, Paiva doou outro lote e o MAM conta hoje com 1.961 imagens da coleção. Para ele, esse é o destino natural desses acervos. ;Creio que o colecionador sério deve associar o seu trabalho a uma instituição museológica, porque o destino das grandes coleções é tornarem-se públicas. Entretanto, não creio que o colecionador deva necessariamente substituir o estado e órgãos governamentais de patrocínio na formação do acervo dos museus;, diz Paiva, que doou as obras em regime de comodato mas já assinou um documento no qual todas as fotografias passarão, no futuro, a pertencer ao museu.
O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) também foi formado graças à coleção do mecenas Cicillo Matarazzo. Ao longo dos anos, prêmios das bienais de arte e doações incrementaram o acervo, que tem hoje obras de Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Pablo Picasso e Amadeo Modigliani. ;Sem dúvida, grande parte da arte brasileira encontra-se em mãos de colecionadores. Só para termos um exemplo: quantas obras de Alfredo Volpi estão em coleções públicas e quantas em coleções particulares? Muitas obras de excepcional qualidade estão na mão de colecionadores privados;, repara Tadeu Chiarelli, diretor do MAC/USP.
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