O próximo videoclipe de Valesca Popozuda será parcialmente gravado em Brasília, em fevereiro. A música é Tá pra nascer homem que vai mandar em mim, que adentra a questão da violência doméstica contra a mulher. Esta semana, o canal da moça no YouTube divulgará o making of de Beijinho no ombro.
O 1,8 milhão de acessos que o primeiro videoclipe de Valesca Popozuda, Beijinho no ombro, teve em 12 dias no YouTube pode parecer pouco diante do feito da também funkeira Anitta: Zen, lançado em novembro, atingiu 3 milhões de pessoas em apenas três dias. Mas há uma diferença fundamental. Enquanto Anitta bomba na televisão, toca maciçamente nas rádios e tem por trás uma grande gravadora, Valesca age por conta própria. Não existem grandes estratégias de marketing ou divulgação, apenas o boca a boca ; algo primordial na era digital, que possibilita que materiais independentes ganhem muita visibilidade sem grandes esforços.
;O funk é o estilo musical mais popular no YouTube. Os vídeos quase sempre viram fenômenos;, observa Flávio Saturnino, criador do portal Popline, exemplificando com as garotas do Bonde das Maravilhas, que, no ano passado, com o hit ;quadradinho de oito;, angariaram mais de 10 milhões de internautas. Com esse dado nas mãos, Saturnino acredita que a questão, no caso de Valesca Popozuda, esbarra mais no conceito de viralização (que é quando um produto vira sucesso de massa na web) do que propriamente em planejamento. ;Acho que ela vai colher bons frutos, embora não tenha grande espaço na mídia;, arremata.
Beijinho no ombro, postado no último dia 27, pode até não ter tido estratégia de marketing robusta, mas sua produção consumiu R$ 437 mil. A cifra, muito acima dos valores de mercado para projetos do tipo, foi bancada por Valesca e pelo empresário da moça, Leandro Pardal. A visibilidade gera mais convite para shows, e esse é o objetivo da dupla. ;Se eu não investir em clipe, mudar o jeito de ela se vestir e tratá-la como uma grande artista, ela vai ficar para trás;, pondera Pardal. Em termos comparativos, o hit Show das poderosas, de Anitta, teve o vídeo avaliado em R$ 100 mil.
Quatro perguntas // Valesca Popozuda
O clipe é cheio de referências à cultura pop internacional. Recebeu críticas por fazer funk se utilizando dessa estética?
Jamais. Sempre falei que busco inspiração em Katy Perry, Beyoncé e Lady Gaga e nunca fui criticada por conta disso. Pelo contrário: as pessoas me admiram por que eu boto a cara e falo mesmo.
E em quais outras artistas você se inspira?
Gosta da Madonna, da Rihanna, da Britney (Spears). São mulheres de um talento enorme, cada uma em sua função. Pela Beyoncé é que eu sou fascinada mesmo. Se ela está no Brasil, eu tô indo (aos shows). A Wanessa (Camargo) fez um DVD que eu amei, é fantástico.
A Anitta despontou como o maior nome do funk feminino no último ano, concorda?
Sou fã dela também. Curto muito e sempre acompanho, bem antes de ela bombar. Ela é uma menina determinada: correu atrás e conquistou o mundo. Que Deus ilumine o caminho dela. Acho que o trabalho que ela faz tem muita coisa de fora. Ela é mais pop, eu sou funkeira mesmo, de alma, dos pés à cabeça . Admiro Anitta, mas não busco inspiração.
Anitta e Naldo, entre outros, conseguiram mais visibilidade ao abrir um pouco a mão do funk. Você iria por esse caminho?
Eles começaram no funk e escolheram esse caminho para eles. Eu não: sou funkeira. De vez em quando, sou convidada para cantar com artistas de estilos diferentes, e vou. Cada um trilha seu caminho. Eles deram certo, parabéns. Eu sou funkeira com os pés enterrados no chão.
Assista ao clipe de Valesca Popozuda - Beijinho No Ombro
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