São 35 anos dedicados às artes. E talvez, ainda assim, o trabalho de Clarisse Derzié Luz não tenha alcançado o grande público. Injustiça provocada pela recorrência dos projetos no teatro e no cinema, aliada a uma frequência bem menos expressiva na televisão. Uma opção, muitas vezes, forçada: ;Faltam bons papéis na tevê;, constata a própria atriz, em entrevista ao Correio. Durante a conversa, além de relembrar as conquistas e adversidades dos palcos, a carioca rememorou a relação de duas décadas que mantém com a capital.
Filha de Américo Luz, ex-ministro e presidente do Superior Tribunal de Justiça, morto em 2004, Clarisse flerta com Brasília desde que o pai passou a manter relações profissionais com a cidade. Por conta da experiência, parte da família se manteve por aqui. Hoje, Clarisse visita Brasília não somente para apresentar novos trabalhos, mas também para matar saudades dos sobrinhos brasilienses e dos irmãos que fizeram da capital residência fixa. ;Quando meu pai veio, o teatro candango ainda era muito cru, eu já estava em um grupo, no Rio. Mas comecei a frequentar desde então, e nunca mais deixei.;
No palco
Enquanto alguns recordam da feição acolhedora da atriz em novelas como Salve Jorge (2012) ou América (2005), o reconhecimento maior se deu no palco. Entre os sucessos da carreira, peças como Trair e coçar é só começar ; uma das mais bem-sucedidas empreitadas do teatro brasileiro, com mais de 5 milhões de espectadores ; e projetos recentes, como À beira do abismo me cresceram asas, que protagoniza ao lado da amiga Maitê Proênça. Aliás, todas as iniciativas de Maitê como dramaturga contaram com Clarisse no palco. Assim se deu em Achadas e perdidas (2005) e As meninas (2009).