Diversão e Arte

Maurício Leite, o homem da mala azul, tem a missão de promover a leitura

Desde 2008, é indicado todos os anos para o prêmio sueco Astrid Lindgren Memorial (Alma), o maior a reconhecer o esforço de pessoas que promovem a literatura infantil

postado em 12/01/2014 08:10
Desde 2008, é indicado todos os anos para o prêmio sueco Astrid Lindgren Memorial (Alma), o maior a reconhecer o esforço de pessoas que promovem a literatura infantil

Quando o promotor de leitura Maurício Leite, 60 anos, surge com a maleta azul recheada de livros e repleta de adesivos que representam os países por onde passou, o indício é de que haverá muita história. As que ele conta são as da própria vida - plena de aventuras - e as que lê são a justificativa do ofício que escolheu: promotor de leitura. A missão do homem da mala azul, como é conhecido, é cativar nas crianças o gosto por ler. Desde 2008, é indicado todos os anos para o prêmio sueco Astrid Lindgren Memorial (Alma), o maior a reconhecer o esforço de pessoas que promovem a literatura infantil.

Início
Dos lugares de onde eu vim e para onde eu vou, não adianta contar com recurso de papelaria porque nem livro tem. Quando comecei meu trabalho na Ilha do Bananal, eu tinha o livro, os meus, os professores copiavam o texto à mão em um caderno de caligrafia e escreviam o nome do autor e do editor. Comecei a trabalhar na Ilha do Bananal, mas cresci em Mato Grosso, em fazenda, no pantanal, estudei em escola da zona rural, mas tive a sorte de ter uma família doida. Minha família tinha uma coisa cigana, errante, adorava mudar de casa, de cidade, parecia que ia sair para fazer um piquenique. Quando fui fazer a primeira série, mudamos para uma outra cidade e depois fomos para outro lugar. Nasci em Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul.

Primeiras leituras

Toda minha vida foi rural, mas na cidade em que eu nasci passava um trem que ia até a Bolívia, o Trem da Morte. E quando você tem um trem que passa na porta da sua casa, muda tudo. A cidade tinha cinema, banca de revista; Meu pai assinava revista de música e gibi. Em casa, tinha leitura, meu pai gostava de ler gibi. Lembro até hoje o primeiro gibi que ele comprou para mim: o Recruta Zero, tentando fazer uma casa de corvo e outro era o Pato Donald, com os sobrinhos, Huguinho, Zezinho e Luizinho, indo pescar, cada um com uma vara e uma lata na mão com minhocas. Isso nunca saiu da minha memória, ficou marcado. Ele me levou e me mandou escolher.

Fotonovelas
Somos quatro irmãos. Tive contato com a leitura toda a vida. Eu via o povo ler , depois, minha mãe lia muita fotonovela. Fazia trocas com as vizinhas, eu que levava e trazia e então lia. Quem mandava no mercado de fotonovela era a Itália, então eram histórias de logo depois da Segunda Guerra Mundial. A fotonovela foi uma coisa que emocionou muito a Europa, porque tinha o contexto das cidades destruídas pela guerra, claro que com aquele dramalhão.

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