Adriana Izel
postado em 14/01/2014 07:52
Brasília ainda sofre cobranças de quem vive na capital por ter uma identidade cultural considerada frágil, colocada na conta da pouca idade de fundação da cidade. Derrubar paradigmas e mudar esse conceito é o objetivo dos principais coletivos de arte brasilienses. Formado por representantes de diversas vertentes, eles refletem cultura por meio de intervenções nas ruas.
Um desses grupos, o Coletivo Transverso, funciona desde 2011. Cauã Novaes, Patrícia Del Rey e Patrícia Bogniewski cuidam integralmente do projeto, ocupam os espaços vazios da capital de forma poética com frases. Obras como ;o que as tesourinhas cortam?;, ;sou sua pessoa amada por 3 dias; e ;Brasília é um deserto de rostos conhecidos; são alguns exemplos. ;Queríamos colocar poesia na rua, mas de um jeito que as pessoas se identificassem. A iniciativa é transformar a cidade em um lugar mais interessante. É uma forma de dialogar, questionar e pertencer por meio da intervenção;, explica Patrícia Del Rey.
As obras do coletivo estão em vários espaços da cidade. Em alguns, elas já foram apagadas, mas é fácil encontrar nas redes sociais. ;O nosso trabalho é feita sobre uma plataforma efêmera, mas quando as pessoas compartilham na internet é uma forma de manter na memória;, comenta Patrícia.
Desde o surgimento, o coletivo tem crescido aos olhos do público. É possível comprar camisetas e quadros com as frases do Coletivo Transverso pela internet e em feiras da cidade. Em 2014, após serem contemplados pelo Fundo de Apoio a Cultura (FAC) na categoria arte urbana, eles vão lançar um livro sobre o trabalho, que acumula mais de 500 intervenções pelo país, e, ainda, farão oficinas para mostrar o processo criativo e incentivar mais pessoas a participarem.
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