Diversão e Arte

Juan Gelman deixa vasto legado para a literatura latino-americana

O escritor faleceu nesta terça-feira (15/1), vítima de um tipo de câncer

Nahima Maciel
postado em 16/01/2014 08:47

Juan Gelman durante a 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura

Temas como amor, vida e morte eram tão importantes para o poeta argentino Juan Gelman quanto o engajamento político. Uma trajetória trágica sob o peso da ditadura e as perdas marcou a vida de Gelman, que nunca se esquivou da poesia para dizer o que pensava sobre ausências, consciências e humanidades. A mensagem poética e de vida de um dos autores mais importantes da poesia latino-americana contemporânea se encerrou na tarde desta terça-feira (15/1), quando o poeta sucumbiu à síndrome mielodisplásica (um tipo de leucemia) em sua casa, na Cidade do México. Nascido em Buenos Aires, há 83 anos, Gelman imigrou em 1976 como espécie de embaixador dos Montoneros, grupo revolucionário argentino que pregava a luta armada contra a ditadura. Uma ordem de captura impediu que colocasse os pés na Argentina até 1988, quando recebeu um indulto do então presidente Carlos Menem. Mesmo assim, nunca mais quis voltar a viver no país.

[SAIBAMAIS]A poesia de Gelman começou revolucionária. Nos anos 1950, ele ajudou a fundar o grupo El Pan Duro, cujo lema era fazer ;poesia en armas; e escrever versos políticos e populares. Em 1962, publicou Gótan, livro fundamental em que se entrega ao amor violento de versos como ;quando se foi eu tiritava como um condenado/com uma faca bruscamente me matei; e reflete sobre a utopia latino-americana ao citar Fidel Castro: ;Fidel é um país/eu o vi com ondas de rostos no seu rosto;.



Resistência

O exílio que o fez passar por Nova York, Roma, Paris, Madrid e Manágua antes de se estabelecer no México, também rendeu versos. ;É preciso aprender a resistir/Nem ir nem ficar, resistir;, escreveu. Foram 28 livros de poesia, dos quais apenas seis estão traduzidos para o português. A isso se juntam 22 prêmios, entre eles o Juan Rulfo, em 2000, e o Miguel de Cervantes, o Nobel da literatura de língua hispânica, com o qual foi honrado em 2007.

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