Diversão e Arte

Ainda há tempo para planejar uma lista de leituras do verão; veja opções

Entre os lançamentos, há livros de todos os gêneros, para todos os gostos. O cardápio vai do imperdoável Martin Amis ao frívolo John Gray

Nahima Maciel
postado em 20/01/2014 08:00

Uma operação sensacional conseguiu tirar do Louvre a tão adorada Monalisa no episódio de roubo mais famoso do museu francês. Um adolescente mexicano observa com escárnio uma realidade de corrupção e desajustes. Um rapaz aparentemente introvertido e tímido tem um caso com a avó. Há um pouco de esperança no rock dos anos 1990 e o pintor Lucien Freud pode ser uma figura extremamente desagradável, embora fascinante. Neste fim de verão, o cardápio de lançamentos só não atende o critério solar. Fora isso, vale tudo. Até uma olhadinha num relato dedicado à compreensão do sexo oposto para melhorar as relações de trabalho. O Diversão selecionou uma série de livros lançados recentemente e cujo enredo pode fazer você acreditar que o verão não será suficiente para colocar a leitura em dia.

Entre os lançamentos, há livros de todos os gêneros, para todos os gostos. O cardápio vai do imperdoável Martin Amis ao frívolo John GrayOs crimes de Paris
De Dorothy e Thomas Hoobler. Tradução: Maria José Silveira. Três estrelas, 464 páginas. R$ 55


Durante semanas, os jornais parisienses competiram para encontrar a expressão mais adequada para o roubo da Monalisa. Inimaginável, inacreditável, assombroso, nada encaixava perfeitamente para descrever o quão improvável foi a operação: disfarçado de fazineiro do museu, um homem (e não se sabe até hoje se foi um só) deixou o Louvre em uma segunda-feira à tarde carregando debaixo do braço a Monalisa de Leornado da Vinci. Embrulhados em um pano branco, os pouco mais de oito quilos da pintura renascentista deixaram a instituição para ir parar na mão de um italiano que pretendia restituir o quadro mais famoso do mundo à sua Itália natal depois de tentar vendê-lo para um marchand. Durante dois anos, o retrato de Da Vinci ficou desaparecido e mobilizou dezenas de investigadores. O roubo da Monalisa marca o nascimento da criminologia moderna e é sobre esse tema que os autores se debruçam no livro. Dorothy e Thomas não se restringem às operações policiais. Para contextualizar como o plano mudou a maneira de encarar o roubo de obras de arte, eles também narram a vida parisiense da época. ;Com certeza, a Monalisa é a pintura mais famosa e conhecida do mundo. Só isso já torna o roubo espetacular. Foi surpreendente descobrir que um objeto tão valioso era guardado de maneira tão precária no museu;, diz o autor, Thomas Hoobler.

Confira trecho do livro Os crimes de Paris

Era segunda-feira e o Louvre estava fechado. De acordo com o procedimento-padrão do museu naquele dia da semana, só os funcionários da manutenção, a equipe de limpeza, os curadores e outros poucos empregados podiam percorrer os corredores do prédio que havia sido a casa de reis da França, mas desde a Revolução passar a abrigar os tesouros artísticos do país.

Adquiridas por conquista, riqueza, bom gosto e pilhagem, essas preciosidades esplêndidas e em vasto número autorizavam o Louvre a reivindicar para si o título de maior repositório de arte do mundo. Em um espaço de cerca de 200 mil metros quadrados, a coleção era demasiado grande para que os visitantes a vissem em um dia ou mesmo, pensavam alguns, em toda uma vida. A maioria dos guias de turismo, portanto, aconselhava as pessoas a não deixarem de ver o Salon Carré (Sala Quadrada). Naquele único local poderiam contemplar duas pinturas de Leonardo da Vinci, três de Ticiano, duas de Rafael, duas de Corregio, uma de Giorgione, três de Veronese, uma de Rembrandt e uma de Velázquez.

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