Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Vários filmes em cartaz na cidade apresentam temática sobre vida familiar

Discussões sobre as complexas relações familiares são pano de fundo de diversos longas



Uma ciranda amorosa, com ameaça de incesto e desavergonhada lavagem de roupa suja em público, move parte do enredo desse filme. Para as professoras Maria Olívia Sousa, 50, e Mayara Sousa, 25, tia e sobrinha, respectivamente, a obra representa situações cotidianas. Ainda assim, a identificação individual passa longe, no caso de ambas. Também educadora, Márcia Alves Ferreira, 67, teve percepção distinta: ;Aquilo ali é uma típica família que, em dia de Natal, resolve colocar tudo para fora;. Ela não viu com tanto distanciamento os desentendimentos de parentes mostrados pelo filme. ;Discussões sempre estão presentes. Na minha casa, não tem tanta confusão como no longa, mas acredito que todo mundo tem aquela tia irascível representada na tela ; eu, inclusive.;
Leia outras reações dos espectadores sobre o tema:
"Victor Hugo Morant representa um nome clássico da televisão colombiana, com ampla trajetória teatral, e com participação em numerosas películas dos anos de 1970, ou seja, faz parte de uma pequena elite de atores. Foi importante conhecermos alguém próximo dele, para que o roteiro chegasse até ele", conta o diretor colombiano Mauricio Cuervo, ao falar da escalação de elenco para Crônica do fim do mundo. A comédia, com estreia na sexta, reforça um circuito de filmes que têm como denominador comum a invocação das mais variadas classes de família.

No filme, por exemplo, Morant interpreta o aposentado Pablo, que vê no filho Felipe (Jimmy Vásquez) a falta de instrumentos para que progrida nas "lutas" de classe, em tempos de projetado fim de mundo (previsto para dezembro de 2012). Famílias neuróticas (Álbum de família), reinos familiares desfeitos (Frozen ; Uma aventura congelante) e jornadas de aprendizagem fora do seio familiar (O menino e o mundo) são algumas das opções no diversificado cardápio cinematográfico da capital. Confira, abaixo, a reação de espectadores.

Álbum de família

"A mensagem passada pelo filme é o mais interessante e é bem real. A herança que uma mãe passa para os filhos, para os netos, vai além da herança material ; que foi o que se colocou em discussão ; e é o que nós aprendemos. No caso, uma herança de desprezo, de cinismo, de maus tratos, é reproduzida nas filhas e uma filha já reproduz na neta. Tem o pensamento do que você foi e deixou no passado, um legado. Ou seja, algo que passa de geração para geração. Acho que a maior lição desse filme é você ter cuidado com as palavras e isso nós levamos para dentro de casa. A palavra pode gerar um comportamento e desse comportamento vem muita desculpa. É como se você não se julgasse responsável por tudo aquilo o que você faz com vontade"

Maria Olívia Guimarães, 62 anos, arquivista.

De repente, pai


"Apesar do filme valorizar as relações familiares eu não consegui me identificar, achei tudo muito exagerado"

Vamberto Machado, 23 anos, engenheiro civil.

Confissões de adolescente

"Me identifiquei com o filme porque mostrou famílias discutindo abertamente sobre temas tabus e na minha família sempre foi assim"

Helem Cristina Santos, 32 anos, supervisora comercial

"Gostei, por lembrar da relação com meus pais, que são bem abertos comigo: eles sempre falaram sobre tudo"

Carolina Noleto, 16 anos, estudante.

"Minha família nunca foi de falar muito comigo. Acho que o filme serve de incentivo para que os pais de hoje conversem mais livremente com seus filhos"

Marden de Souza, 20 anos, estudante
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