Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Bienal do Livro tem início marcado por protesto de escritores brasilienses

Diante de uma programação que inclui nomes nacionais e estrangeiros, alguns autores de Brasília ficaram decepcionados de não se verem representados



Diante de uma programação que inclui nomes nacionais e estrangeiros, alguns autores de Brasília ficaram decepcionados de não se verem representados. O curador do evento, Luiz Fernando Emediato, e o coordenador, Nilson Rodrigues, garantiram que haverá autores da cidade entre os convidados, mas que essa lista ainda não foi fechada. "Quando dizem que a programação do escritor local ainda vai ser feita é uma prova de que estamos em segundo plano", lamenta Marco Polo Haickel. O editor Victor Alegria também tomou o microfone para lembrar que foi torturado pela ditadura e que há mais de quatro décadas tenta construir um mercado editorial em Brasília. O escritor Alexandre Marino quis saber por que os autores da cidade ainda não estavam na programação. "Todo ano vocês perguntam, mas já sabem a resposta: sempre há espaço para os escritores de Brasília", garantiu Emediato.

Na programação de seminários, o destaque da Bienal será a discussão em torno dos 50 anos do golpe militar, com convidados como Carlos Heitor Cony, Frei Beto e Thiago de Mello. Literatura feminina, a produção africana, os autores latino-americanos e o papel de internet na escrita também estão na lista de temas. Autores brasileiros premiados como Daniel Galera, Michel Laub, Antonio Torres e Ruy Castro estão entre os convidados. O paraibano Ariano Suassuna e o uruguaio Eduardo Galeano são os homenageados.