Nahima Maciel
postado em 03/02/2014 08:59
O brilho da luz do Sol fez a fotógrafa peruana Claudia Luthi prestar atenção no pequeno sapato preto, todo amassado e empoeirado que repousava no leito seco do Rio Ica, uma região muito seca no norte do Peru. A artista visitava a fazenda de um amigo e passeava pelo local quando se deparou com o calçado de menina em estilo boneca, desses tipicamente usados em primeira comunhão. Ela fotografou o objeto e, desolada pela condição de abandono, comovida ao imaginar a história da dona, tratou de guardá-lo. O sapato ficou no fundo de um armário durante uma década antes de começar a viajar pelo mundo em uma peregrinação que já o levou a todos os continentes.
A história do sapatinho começa em 1998. A região do Rio Ica é muito seca na maior parte do ano e quando o fenômeno El Niño passa pelo local, costuma ser uma benção por causa da chuva. A cada 10 anos, no entanto, pode transformar a região num inferno e causar enchentes destruidoras. Foi o que aconteceu em 1998, quando a cidade às margens do rio ficou completamente destruída. O sapato foi encontrado meses depois, no leito seco do rio.
Entre 2008 e 2009, Claudia fazia parte de um coletivo de fotógrafos do mundo inteiro fundado em Nova York pelo fotógrafo Struan Oglanby e mencionou o sapato como possível objeto em torno do qual o grupo pudesse construir um trabalho comum. Assim, o sapato de dona desconhecida começou a viagem: cada fotógrafo deveria fazer um registro do objeto e escrever uma espécie de diário. O coletivo acabou, mas o projeto continuou e cresceu. Além das imagens, eventualmente os cicerones incluem objetos relacionados à passagem do sapato pelos diferentes locais do mundo. Um diário no Facebook pode ser acompanhado na página Shoe from Peru. ;Quanto mais esse projeto se expande, mais fico surpresa com o poder mágico e atrativo do sapato;, repara Claudia Luthi.
Na semana passada, depois de um passeio pelo Rio de Janeiro, o calçado chegou a Brasília. Está sob os cuidados de Zuleika Souza, fotógrafa do Correio Braziliense, que o levou para dar algumas voltas no Plano Piloto. A Igreja Nossa Senhora de Fátima e o parquinho da praça da Ponte JK já serviram de cenário, mas Zuleika mantém o sapatinho na bolsa há mais de uma semana na esperança de fazê-lo visitar todos os lugares turísticos ou não da capital federal.
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A história do sapatinho começa em 1998. A região do Rio Ica é muito seca na maior parte do ano e quando o fenômeno El Niño passa pelo local, costuma ser uma benção por causa da chuva. A cada 10 anos, no entanto, pode transformar a região num inferno e causar enchentes destruidoras. Foi o que aconteceu em 1998, quando a cidade às margens do rio ficou completamente destruída. O sapato foi encontrado meses depois, no leito seco do rio.
Entre 2008 e 2009, Claudia fazia parte de um coletivo de fotógrafos do mundo inteiro fundado em Nova York pelo fotógrafo Struan Oglanby e mencionou o sapato como possível objeto em torno do qual o grupo pudesse construir um trabalho comum. Assim, o sapato de dona desconhecida começou a viagem: cada fotógrafo deveria fazer um registro do objeto e escrever uma espécie de diário. O coletivo acabou, mas o projeto continuou e cresceu. Além das imagens, eventualmente os cicerones incluem objetos relacionados à passagem do sapato pelos diferentes locais do mundo. Um diário no Facebook pode ser acompanhado na página Shoe from Peru. ;Quanto mais esse projeto se expande, mais fico surpresa com o poder mágico e atrativo do sapato;, repara Claudia Luthi.
Na semana passada, depois de um passeio pelo Rio de Janeiro, o calçado chegou a Brasília. Está sob os cuidados de Zuleika Souza, fotógrafa do Correio Braziliense, que o levou para dar algumas voltas no Plano Piloto. A Igreja Nossa Senhora de Fátima e o parquinho da praça da Ponte JK já serviram de cenário, mas Zuleika mantém o sapatinho na bolsa há mais de uma semana na esperança de fazê-lo visitar todos os lugares turísticos ou não da capital federal.
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