Há dois anos o carnaval brasiliense é vermelho e branco. A Associação Recreativa e Cultural Acadêmicos da Asa Norte conseguiu desbancar a hegemonia da rival Aruc e tenta, neste ano, conquistar o tricampeonato. ;Passar na avenida como campeã é obrigação, ganhar é uma consequência. Vamos fazer nosso trabalho com humildade e pé no chão;, garante Wallace Palhares, diretor-geral de harmonia.
A aposta desta vez é no enredo Asa Norte traz da Bahia a tenda dos milagres, baseado no livro Tenda dos milagres, de Jorge Amado. ;Esse samba foi escolhido porque trata de uma temática, ao mesmo tempo, antiga e muito atual. Vamos levantar a bandeira contra o preconceito aos negros e às classes menos favorecidas; e também à intolerância a religiões como umbanda e candomblé;, explica Palhares.
Assim como a obra que inspirou o samba-enredo de 2014, a escola surgiu em 1969. Inicialmente, era um bloco carnavalesco da Asa Norte e, apenas em 1973, virou uma agremiação e começou a disputar o carnaval de Brasília. Desde então, ganhou 11 vezes e, nos dois últimos anos, teve vitórias consecutivas ao sair na avenida falando da Universidade de Brasília (UnB) e do chorinho, respectivamente.
Depoimentos
"O momento mais marcante para mim foi no ano passado na hora de entrar na avenida. Além de ter sido no meu aniversário, ver a escola montada com uma qualidade bem semelhante ao Rio de Janeiro foi lindo. Foi ali que pensei que podemos fazer um carnaval de qualidade"
Wallace Palhares, diretor geral de harmonia
"Foi um caso de amor à primeira vista. Sou do Rio (de Janeiro), mas me mudei para cá em 2000, por causa o meu trabalho. A Acadêmicos foi a primeira escola que conheci e gostei dela no primeiro ensaio. Outro episódio marcante foi o nosso bicampeonato. Quando anunciaram a última nota durante a apuração, foi só emoção"
Karen Castro, rainha de bateria
"Já desfilei várias vezes pela escola, mas há dois momentos inesquecíveis. O primeiro foi o carnaval de 1998, quando saí do Rio de Janeiro, cidade que tem uma folia tradicional, para desfilar pela Acadêmicos, aqui em Brasília. O segundo foi em 2007: a escola saiu do grupo de acesso e foi para o grupo especial com um samba meu e de Edmilson Tenente, que falava sobe todas formas de amor"
Dudu 7 Cordas, músico
"Moro em Ceilândia, comecei a desfilar pela escola de lá, porém, hoje, minha família vive, come e respira Acadêmicos da Asa Norte! A Acadêmicos tem uma energia muito forte. Há algum tempo, lesionei o pé é direito sambando, mas me recuperei e a vi vencer os carnavais do grupo especial em 2012 e 2013. Inesquecível"
Lélia Carliane, madrinha da bateria
"Nunca imaginei ser musa da escola. Não tenho o padrão que outras costumam ter, mas fiquei muito feliz com a escola. Morei e estudei na Asa Norte por muito anos, meu pai faz parte da bateria, então fico honrada em fazer parte dessa família"
Renata Jambeiro, musa da escola
Ouça o samba-enredo da Acadêmicos da Asa Norte:
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