Diversão e Arte

Haru Kuroki, premiada como melhor atriz em Berlim, vive papel de empregada

A japonesai narra como Shoji, o jovem artista, foi convocado para a guerra, para desespero de sua amante casada

Rui Martins - Especial para o Correio
postado em 16/02/2014 14:55

A japonesai narra como Shoji, o jovem artista, foi convocado para a guerra, para desespero de sua amante casada

Berlim ; A japonesa Haru Kuroki, premiada como melhor atriz entre os filmes do 64. Festival de Cinema de Berlim, vive o papel de uma empregada doméstica de uma família em Tóquio, Taki, num sobrado de telhas vermelhas, nos anos que precederam a entrada do Japão na Segunda Guerra,

É uma deliciosa história sentimental contando como a empregada e a dona da casa se apaixonaram por um jovem estilista e pintor, que trabalhava para o dono da casa, industrial fabricante de brinquedos infantis. O artista, convidado pelo marido visita a família com frequência e se entende muito bem com o filho do casal, vítima de paralisia infantil.

A paixão da dona da casa pelo artista faz com que corra alguns riscos visitando-o, em segredo. O relato é contado por Taki, num caderno manuscrito, descoberto por seu sobrinho logo depois da morte da idosa tia, quando limpavam o quarto onde ela vivera.

Taki narra como Shoji, o jovem artista, foi convocado para a guerra, para desespero de sua amante casada. Impressionado pelo romantismo vivido pela tia, naquela Pequena Casa ( título do filme, de Yoji Yamada) de telhado vermelho, o sobrinho descobre que o pintor retornara da guerra e se tornara conhecido por suas exposições, mas o casal morrera num bombardeio de Tóquio, quando a casa foi destruída. Mas o filho paralítico viva ainda e foi localizado.

O filme foi o último exibido para a crítica no Festival e rapidamente deixou a impressão de merecer uma prêmio.

O melhor roteiro foi para o único filme dos três filmes alemães premiado. Trata-se da história da adolescente Maria, de 14 anos, cuja mãe autoritária é fervente praticante de uma vertente fundamentalistaq da Igreja Católica. Influenciada por um padre e sem contato com o mundo externo, cujas músicas são denominadas de satânicas pela mãe e pelo padre, Maria decide se entregar totalmente à fé em Cristo, e o filme se divide em capítulos como etapas do caminho doloroso da cruz.

Para chamar sobre si a atenção de Cristo, Maria decide se sacrificar e se martirizar, não se protegendo contra o frio e, finalmente, não querendo mais se alimentar. Em outras palavras, ela se torna uma kamikase versão cristã e se transforma numa provável beata ou santa, pois ao morrer de fraqueza, seu irmão que era mudo começa a falar, circunstância considerada pela mãe fanática como um milagre.

Todos os anos, surge sempre em Berlim um filme anticlerical, desta vez o Caminho da Cruz, de Dietrich Brueggemann, funcionou igualmente como denúncia de um movimento fundamentalista de fanáticos que se inicia entre os católicos, semelhante ao dos evangélicos fundamentalistas entre os protestantes.

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