A Casapueblo sempre foi um ponto turístico inevitável para qualquer visitante que se rendesse a Punta del Leste. O espaço sagrado do artista plástico Carlos Páez Vilaró era, também, uma escultura em forma de casa, lugar de repouso e criação do artista que morreu ontem, na habitação projetada por ele próprio. Vilaró sofria de insuficiência cardíaca e já havia passado por várias cirurgias. Morreu aos 90 anos e o corpo será velado nesta terça-feira (25/2) em Montevidéu.
Vilaró é o artista contemporâneo mais conhecido do Uruguai. Também arquiteto, construiu a Casapueblo ao longo de décadas, encrustada em uma encosta no balneário de Casaballenea, vizinho a Punta del Leste. A estrutura lembra as casas populares à beira-mar da Grécia, mas Vilaró dizia ter se inspirado em um pássaro uruguaio. A construção inspirou a música A casa, de Vinicius de Moraes. Relógios, sóis, gatos e temas populares inspirados nas raízes indígenas da América Latina povoavam as obras do artista, que teve diálogo importante com nomes da vanguarda europeia do século 20, como Salvador Dalí, Pablo Picasso e Giorgio di Chirico.
Vilaró também ficou conhecido por ser pai de Carlito, um dos 16 sobreviventes do avião da Força Aérea Uruguaia que caiu nos Andes em outubro de 1972 enquanto transportava uma equipe de rugby para um campeonato no Chile. O episódio ficou famoso porque os sobreviventes ficaram 72 dias desaparecidos e as buscas oficiais já haviam sido encerradas quando o grupo foi encontrado. Ele patrocinou parte das buscas e nunca tinha acreditado que o filho havia morrido.
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