Ricardo Daehn
postado em 27/02/2014 08:02
Entre madeira velha e ervas daninhas, que tomam conta de uma casa abandonada e reavivam várias camadas de lembranças descritas no roteiro de Nebraska, a estrada ; elemento corriqueiro nas obras do diretor Alexander Payne ; entra quase como um personagem no agridoce retrato de reaproximação entre um pai e um filho. Na intensidade da trama, em que são vencidos extensos 1,2 mil quilômetros, a estrada para Nebraska chegar ao Oscar de melhor filme parece estar distante.
Porém, mais do que a vitória de um filme em preto e branco e de orçamento ínfimo, interessa mesmo o percurso enriquecedor comandado pelo idoso Woody Grant (Bruce Dern, premiado em Cannes), às vias da insanidade, pela possibilidade de embolsar ; ao fim da vida, na modorrenta cidade de Montana ; o prêmio de US$ 1 milhão. Crítico, num filme que aponta para estagnação no Centro-Oeste estadunidense, o diretor Payne injeta um tratamento cômico que preenche de surpresas e de dados esdrúxulos os acostamentos das autoestradas enfrentadas também pelo filho de Woody, interpretado por Will Forte (conhecido pela participação no programa Saturday Night Live).
Dos passos inseguros do idoso às situações exóticas que ele dribla (entre as quais, reencontrar a dentadura, perdida entre trilhos de uma ferrovia), Nebraska, que dá visão desencantada até do turismo no Monte Rushmore, volta a depositar vitalidade na narrativa dos road movies ; os ditos filmes de estrada.
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