Adriana Izel
postado em 27/02/2014 08:25
As novelas são um dos produtos mais tradicionais da televisão aberta brasileira. No entanto, com o desgaste da fórmula, elas estão perdendo audiência para as minisséries, que, atualmente, possuem mais investimento em produção, em fórmulas estéticas e em elenco. Exemplo disso, são as recentes tramas da Globo e da Record. Na emissora de Edir Macedo, Pecado mortal, de Carlos Lombardi, tem sido ignorada pelo canal por conta da falta de espectadores. Mudou de horário e perdeu até um dos integrantes da direção. Já Milagres de Jesus é uma produção da Academia de Filmes e conta com cinco autores, 160 atores, além de ter tido um investimento de R$ 900 mil por episódio, o equivalente a um gasto de R$ 16,2 milhões na atração completa, enquanto uma novela inteira custa em média R$ 2,5 milhões.
No horário nobre da Globo, Em família, de Manoel Carlos, registrou a pior estreia para a faixa. No entanto, a minissérie Amores roubados, de José Luiz Villamarim, encerrou os capítulos com o maior número de telespectadores do gênero nos últimos 11 anos. ;A Globo, recentemente, acertou com Amores roubados, que, além de fugir quase totalmente do padrão que estamos acostumados a ver, foi certamente a coisa mais ousada em termos de narrativa e estética que a tevê brasileira fez nos últimos anos;, afirma Davi Garcia, um dos editores do portal Ligados em série.
Os avanços tecnológicos podem ser apontados como os vilões das novelas e, consequentemente, os aliados das minisséries. Por conta dos televisores em alta definição, essas produções apostam em montagens e cenas mais bonitas, mais ágeis e que possam ser apreciadas em alta definição (HD). No entanto, o uso do recurso nos folhetins aparece com menos frequência. ;Algumas sequências podem ser encontradas, no casos de acidentes, por exemplo. Mas as novelas têm capítulos diários e isso dificulta a vida da equipe por exigir muita dedicação de todos;, argumenta Endrigo Annyston, editor do site RD1, especializado em audiência da tevê.
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