Diversão e Arte

Exposição em Paris reúne um século de fotografias de moda, desde 1918

A mostra optou por apresentar somente obras do início da carreira dos fotógrafos de moda mais importantes desde 1918

Agência France-Presse
postado em 27/02/2014 15:28
Paris - A moda passa, mas as fotos ficam: os melhores fotógrafos deixaram em um século sua visão da mulher e do mundo nas páginas brilhantes da revista Vogue, com o objetivo de fazer sonhar.

A mostra "Papel brilhante, um século de fotografia de moda da Condé Nast", que será inaugurada no próximo sábado (1;/3) no Palácio Galliera, sede do Museu da Moda de Paris, inclui 150 fotografias, quase todas originais dos fotógrafos de moda mais importantes desde 1918.

O Barão de Meyer, Helmut Newton, Edward Steichen e Peter Lindbergh figuram entre os 80 grandes fotógrafos que trabalharam para Vogue, a principal revista de moda criada no final do século XIX junto a sua principal rival Harper;s Bazaar.

A mostra optou por apresentar somente obras do início da carreira de cada fotógrafo, não as profissionais. "É através das primeiras fotos que se impõe realmente o ponto de vista dos artistas", disse à AFP a curadora da exposição, Sylvie Lecallier.

A editora americana Condé Nast (1873-1942) comprou a Vogue em 1909 e a transformou em uma das principais revistas de moda dos Estados Unidos. A versão britânica nasceu em 1916 e a francesa em 1920.


Os editores e diretores artísticos que se sucederam à frente dessa e de outras revistas publicadas pela Condé Nast, como Glamour e W, descobriram grandes talentos que renovaram, cada um em sua época, o estilo das fotografias de moda, acompanhando a arte moderna em sua evolução ao longo do século XX.

A mostra lembra em várias fotografias de Man Ray e Erwin Blumenfeld, que fizeram parte da vanguarda dadaísta, além de Horst P. Horst, que trabalhou com Le Corbusier e Salvador Dalí.

A exposição põe em evidência como apesar do fotógrafo de moda ter definido de antemão o objeto de sua arte, ao colocá-lo em cena ele atua como criador.

A mulher dos anos 30 fotografada pelo Barão De Meyer aparece somente em interiores elegantes. Em 1932 a Vogue publica sua primeira sessão colorida. Após a segunda guerra, os fotógrafos saem às ruas.

Nos anos 1960 entram para a profissão repórteres como William Klein e com eles se abriu caminho para uma realidade mais crua e uma mulher mais ativa, sem deixar a elegância de lado.

A nudez esperou até os anos 1980 para se mostrar nos Estados Unidos, apesar de já nos anos 70 as fotos da Vogue incomodarem os setores feministas que lutam contra a utilização da mulher como objeto.

Uma fotografia de Deborah Turbeville publicada en 1975 mostra um grupo de mulheres de maiôs em uma atmosfera considerada lasciva demais para a época, ao ponto de algumas leitoras da Vogue cancelarem suas assinaturas, lembra Lecallier.

A exposição fica aberta em Paris até 25 de maio e viaja depois para Suíça, Estados Unidos e Japão.

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