Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

'Cada vez mais esvaziado', diz Vladimir Brichta sobre o teatro

Em entrevista ao Correio, o ator comenta sobre o panorama teatral atual, critica a falta de público e fala sobre o status de "celebridade"



Para legitimar o argumento, o próprio artista lista o número de trabalhos feitos para as telas e aqueles desenvolvidos para o teatro. ;São 24 peças. Ou seja, passei muito mais tempo no palco do que em qualquer outro lugar.; Na conversa, o ator mineiro (;de alma baiana;) disseca o panorama teatral atual, critica a falta de público e, com a simpatia que lhe é atribuída, fala sobre o status de ;celebridade;. Um fardo que jamais o esmorece.

Entrevista com Vladimir Brichta

Cada vez mais, alguns artistas estão se posicionando sobre temas tabus. Há algum assunto que particularmente te interesse a ponto de militar em prol?

Eu tenho a sensação de que uma peça de teatro, dependendo da abordagem, possa conter uma série de aspectos políticos. Ou seja, não ignoro que algumas das minhas escolhas profissionais possam ser, de fato, atos políticos. Tenho essa ambição. Claro, não estou me referindo à política partidária. Além disso, creio que minha primeira função como ator esteja na capacidade de discutir, de refletir e de levantar questões que sejam de interesse público, ou que eu suponho ser.

Então, não vê problemas em assumir opiniões publicamente?

Na verdade, lamento que o debate político não seja ainda mais assumido. Quando vejo colegas expondo ideias, posicionamentos e até voto, acho absolutamente saudável. Não temos esse hábito. Menos ainda quando trabalhamos para uma emissora de televisão, e nossa imagem acaba muito atrelada ao canal. Um resguardo, infelizmente, necessário, já que a figura pública se confunde com a pessoal. Mas, volto a dizer, a escolha do meu repertório não deixa de ser uma atitude política.

O teatro permite muito mais isso que a televisão;

Acho que sim. O trabalho no palco é mais autoral. Temos maior domínio sobre ele. O teatro sempre foi um espaço mais democrático que a tevê, o cinema. Preserva essa legitimidade da liberdade de escolha.

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