Diversão e Arte

Companhia de dança planeja apresentar flamenco em todas estações do metrô

Com performances em curso por quatro cidades, Capricho Espanhol quer propor projetos para as demais no Fundo de Apoio à Cultura (FAC), diz diretora

postado em 28/03/2014 14:33

Grupo de dança flamenca Capricho Espanhol

Em meio à espera por trens e à disputa por espaço nos vagões, viagens de metrô ganham refresco com apresentações da companhia de Dança Capricho Espanhol. Passageiros de estações de quatro cidades conferem, desde o início do mês e até o próximo, performances de flamenco de bailarinos do grupo, que planeja levar atração para as todas regiões administrativas do Distrito Federal.

À frente da companhia, Patrícia Weingrill interessou-se pela proposta após conhecer o projeto Cultura nos Trilhos, do Metrô-DF. A iniciativa já levou atrações de teatro e artes plásticas aos pontos de espera ferroviários. ;Não tinham feito nada de dança até então. Espero incentivar outros dançarinos;, deseja ela, diretora geral do espetáculo, chamado Flamenco en la Calle ; Flamenco na Rua, traduzido.

Antes de conhecer o projeto, Patrícia pensou a montagem com teatros em mente. ;Em viagens à Espanha, pessoas apresentam-se nos metrôs, sobretudo músicos. Nunca encontrei nenhuma montagem, como a nossa, com palco, mesmo lá;, contata. ;Pensei: por que não fazer uma por aqui?; Junto ao coreógrafo Danny Souza, na direção artística da apresentação, mudou a rotina dos passageiros.


Usuários da Rodoviária do Plano Piloto foram os primeiros a conferir, no último dia 15. Oito bailarinos da companhia ; sete alunas, Danny o único homem ; bailaram o gênero espanhol no corredor de acesso ao metrô, na plataforma inferior da estação. ;Não sabíamos como seria a recepção das pessoas. Se parariam ou só passariam, se teríamos público;, lembra Patrícia sobre a expectativa.

A resposta veio em aplausos ao fim da apresentação, de 45 minutos. ;Pararam, assistiram, gostaram;, orgulha-se a idealizadora. ;Um rapazinho, de uns 15 anos, foi o primeiro a chegar. Quis assistir deitado nos bancos e não deixava ninguém ficar na frente.; Finda a performance, uma mulher chorou e entregou flor ao coreógrafo. ;Ela disse ter ficado muito emocionada. A dança toca as pessoas.;

Sem saber, os passantes ajudaram a dar tração à iniciativa, financiada pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC). ;Estávamos esperando para fazer como era. Queremos continuar, tentaremos fazer em todas estações. Vamos entrar, agora, com outro projeto;, antecipou a diretora da companhia. Cumprido o plano, o Flamenco chegaria aos 24 pontos de espera, por onde já circularam 600 mil pessoas em um dia.

Quatro paradas seriam visitadas por projeto, como na primeira leva, planeja Patrícia. No sábado, a companhia apresentou-se no ponto da Feira do Guará, com dez bailarinos ; nove mulheres. A mudança no número deve-se às agendas dos dançarinos. Amanhã, a trupe desembarca na Praça do Relógio, em Taguatinga; Ceilândia Centro fecha a agenda, como última estação, em 5 de abril.

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