Diversão e Arte

Moda e política ganham forma em desfile durante a SPFW

Edição vai fazer uma viagem pela história de Zuzu Angel, a costureira mineira

Diário de Pernambuco
postado em 01/04/2014 09:50
Desfile da Animale na noite de abertura da São Paulo Fashion Week
Nesta terça-feira (1;/4), o Golpe Militar de 1964 completa 50 anos. Por isso, a 37; edição da São Paulo Fashion Week, faz logo mais, às 20h, no Itaú Cultural, uma viagem pela história de Zuzu Angel, a costureira mineira (não gostava de ser modista nem estilista). A Ocupação Zuzu fala sobre o trabalho e a luta dela para encontrar o corpo do filho, Stuart, militante do Grupo MR-8 contra a ditadura. Na quarta-feira (2/4), modelos e atrizes fazem no Parque Cândido Portinari (onde acontece a SPFW) um desfile-performance com réplicas de roupas assinadas por Zuzu.

Na abertura do evento, na segunda-feira (31/3), a Animale também tratou do Brasil em seu verão 2015, abrindo a temporada de desfiles. A estilista Priscila Darolt trouxe a renda renascença de Pernambuco junto com couro e seda. Xilogravuras recompostas e formas da artista Maria Bonomi num cenário com tubes de LED, que tomavam várias formas. E por falar em política, a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e seu vestido de onça estavam na primeira fila.



João Pimenta, estilista mineiro que só faz masculino, tira o homem da mesmice colocando, por exemplo, pedraria e muito brilho em camisas. Os seus blazers recebem recortes e peças com aspecto metalizado. A proposta é unir o surfwear com alta-costura para rapazes, o que ele batizou de "surf couture;.

Nos vestidos da Tufi Duek, assinada por Eduardo Pombal, os falsos vestidos são, na verdade, macaquinhos feitos a partir das formas de maiôs dos anos 1960. A forma cônica dos seios lembra a silhueta de Jean-Paul Gaultier para Madonna. Isso, também, é política. Do corpo e, sobretudo, do poder feminino, de usar o que quiser sem parecer um convite. A noite termina com a psicodelia da Cavalera, que trouxe paz, música e amor com a mistura de Woodstock e Bali. Ao final, os modelos cruzaram a passarela empunhando cruzes, uma forma de protesto contra o racismo, a pobreza, a violência e o estupro.

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