Diversão e Arte

Jacques Le Goff deu início a uma nova maneira de contar e estudar história

O historiador morreu nesta terça-feira (1º/4), em Paris, aos 90 anos

Nahima Maciel
postado em 02/04/2014 08:23
Durante a carreira, Le Goff publicou 48 livros
Conhecido como o maior especialista em história medieval da Europa, o historiador Jacques Le Goff morreu nesta terça-feira (1;/4), em Paris, aos 90 anos. Fundador da Nova História, corrente que encontra na antropologia uma parceira para analisar as sociedades de acordo com suas configurações mentais e sociais. Foi com a coleção Fazer história, uma série de três volumes publicados em 1974 e confeccionados em parceria com Pierre Nora, que Le Goff deu início a uma nova maneira de contar e estudar a história.

Com 48 livros publicados, boa parte deles dedicados aos mais diferentes aspectos da Idade Média, Le Goff era também um escritor premiado ; sete prêmios, entre eles o Grand Prix d;Histoire, em 1987 ; e um acadêmico de peso na cena francesa, com títulos de doutor honoris causa em 11 universidades. Nascido em Toulon, filho de um professor de ensino médio e de uma professora de piano, Le Goff cresceu entre o anticlericalismo do pai e o catolicismo de esquerda da mãe. Durante a Segunda Guerra, ainda adolescente, depois de ver a França nas mãos dos nazistas, fugiu para se associar ao que chamava de ;pseudorresistência;. Nos Alpes franceses, era encarregado de ajudar na armazenagem de armas e remédios enviados de paraquedas pelos ingleses.



Depois da guerra, ele subiria para Paris para dar início à formação em história. Na capital, flertou com os movimentos de esquerda, se tornou um viajante, com bolsas de estudos que o levaram a Roma, Oxford e Praga, onde presenciou o golpe comunista, em 1948, e da qual voltou ;vacinado;, como ele mesmo dizia. Foi o fim da utopia comunista para Le Goff, que mais tarde se desencantaria também com o catolicismo, ao qual aderiu até completar 30 anos e se decepcionar com o movimento da esquerda católica.

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