Diversão e Arte

Bienal do Livro e da Leitura prepara temáticas politizadas para o evento

A festa literária trazer a Brasília nomes como Eduardo Galeano, Mia Couto e Ariano Suassuna para debater literatura, América Latina, ditaduras e novas gerações de escritores

Nahima Maciel
postado em 10/04/2014 08:11
O escritor Eduardo Galeano é um dos homenageados da Bienal
Ditadura, protestos que tomaram as ruas em 2013 e a nova geração de ficcionistas brasileiros e latino-americanos sobem ao palco de debates, a partir de sábado, para dar início a uma semana de discussões e reflexões em torno de temas que são tão políticos quanto literários. Com 148 autores, entre os quais 40 estrangeiros, a 2; Bienal Brasil do Livro e da Leitura está politizada e traz temáticas bastante atuais.

Três seminários vão abordar história e cidadania. Em Krisis, nomes como Mia Couto, Vladimir Safatle e Cristovam Buarque falarão sobre os protestos de julho do ano passado, intolerância religiosa e violência na sociedade contemporânea. O regime militar estará em pauta nas vozes do uruguaio Eduardo Galeano, homenageado do evento; Thiago de Mello, Antonio Torres, Capinam, Ziraldo, Frei Betto e Ignácio de Loyola Brandão. ;Há um link entre a ditadura e os debates sobre as cidades rebeldes das manifestações;, comenta Nilson Rodrigues, coordenador-geral do evento. ;O êxodo rural que a ditadura promoveu porque não fez a reforma agrária, em grande medida é responsável pelo caos urbano que vivemos hoje.; A cultura popular do campo e a erudita estarão na fala de Ariano Suassuna, também homenageado.



A escrita jovem mostra a cara nos seminários Brasil, América Latina e África: novas realidades, novos escritores e Internet, estética, difusão e mercado, com convidados que representam a nova geração da ficção no continente Latino Americano e nos países africanos de língua portuguesa. Os brasileiros Daniel Galera, Michel Laub, João Paulo Cuenca, Raphael Montes, Ana Paula Maia e Antonio Prata dividem as mesas com a mexicana Valéria Luiselli, a argentina Pola Oloixarac, a nigeriana Nnedi Okorafor e o francês Pierre Levy. ;Depois da década de 1970, a literatura brasileira entrou em certa decadência. De 1980 para cá, proliferou uma literatura comercial, e nos anos 1990 houve uma exuberância de cópias apagadas de autores estrangeiros de entretenimento;, garante Luiz Fernando Emediato, curador da Bienal. ;E de 2000 para cá, temos alguns nomes que prometem uma literatura de peso. Tomara que isso aconteça. É uma literatura moderna, que fala de comportamentos, de novas sexualidades, sem preconceitos, que fala de internet.;

Fique atento!

Para assistir à palestra do uruguaio Eduardo Galeano, na sexta-feira (10/4), às 20h30 no Museu Nacional da República, será preciso retirar os ingressos, nesta quinta-feira (9), na bilheteria do próprio museu, entre as 12h e as 20h. A 2; Bienal Brasil do Livro e da Leitura disponibilizou 500 ingressos, e cada pessoa pode retirar até dois.

Destaque do primeiro fim de semana da Bienal

Sexta-feira

Palestra de Eduardo Galeano ; 20h30, no auditório do Museu Nacional da República

Show do grupo Tarancón ; 22h, na Praça do Museu Nacional da República

Sábado

Recital poético com José Luiz Tavares (Cabo Verde) ; 14h30, no auditório Nelson Rodrigues

Narrativas contemporâneas da história do Brasil, com Paulo Rezutti e Tiago Luís Gil ; 16h30, no auditório Nelson Rodrigues

Futebol e literatura, com Sérgio Rodrigues, Xico Sá e Paulo Rossi ; 17h, no auditório Jorge Amado

Lançamento de O homem que amava os cachorros,d e Leonardo Padura (Cuba) ; 18h30, no auditório Nelson Rodrigues

Sarau em homenagem a Juan Gelman ; 21h, no auditório Nelson Rodrigues

Show de Carlos Lyra ; 22h, na Praça do Museu Nacional da República

Domingo

A nova geração de ficcionistas brasileiro, com Michel Laub, Verônica Stigger, Luisa Gleiser e José Rezende ; 11h30, no auditório Jorge Amado

Internet ; estética, difusão e mercado , com Alexandra Marino, Daniel Galera, Joca Terron e André Giusti ; 15h, no auditório Jorge Amado

Futebol e ditaduras na América Latina, com Eduardo Galeano, Lúcio de Castro, Mário Magalhães e Rodrigo Merheb ; 16h, no auditório Nelson Rodrigues

Literatura no feminino, com Naomi Wolf e Débroa Diniz ; 18h30, no auditório Nelson Rodrigues

O golpe, a ditadura e o Brasil: 50 anos, com Alfredo Sirkis e mediação de Tereza Cruvinel ; 20h, auditório Jorge Amado

Brasil, América Latina e África; novas realidades, com Nnedi Okorafor (Nigéria), Pola Oloixarac (Argentina), João Paulo Cuenca e Graça Ramos ; 20h30, no auditório Nelson Rodrigues

Show do MPB4 ; 22h, na Praça do Museu Nacional da República

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