Jornal Correio Braziliense

Diversão e Arte

Saxofonista brasiliense Sérgio Galvão se destaca com show em Nova York

Aos 30 anos de carreira, ele lança primeiro disco solo e comemora sucesso nos Estados Unidos



Em fevereiro, Sérgio e seu conjunto aterrissaram no Leste para uma série de datas inesquecíveis em Nova York, começando por The Cornelia Street Café, restaurante da Big Apple conhecido pelas noites culturais. O melhor, porém, ainda estava por vir: em 7 de março, foi a vez da Blue Note, lendária casa de jazz no coração do Greenwich Village. Desde 1981, ano de fundação, todos os grandes tocaram ali, sem exceção, incluindo Dave Brubeck, Oscar Peterson e Dizzy Gillespie.

Longa estrada de Bsb a NY
Você já ouviu o sax de Sérgio Galvão e nem sabia disso. O músico é colaborador habitual de um dos núcleos dramatúrgicos da TV Globo. As novelas de Glória Perez (Caminho das Índias, por exemplo) costumam contar com trilha sonora do brasiliense. Ele também integra o dream team da Orquestra Imperial, campeã dos bailes cariocas. ;A Orquestra é uma grande pelada com os amigos, mas, de vez em quando, é na grama sintética e com camisa oficial;, brinca o músico, referindo-se ao fato de que o supergrupo já tocou até no Carnegie Hall.

Sérgio é parceiro de Guinga, brother de Kassin, gravou e tocou com Roberto Carlos, Cauby Peixoto, Jorge Ben, Roberto Menescal, Leila Pinheiro, Martinho da Vila e Seu Jorge, entre outros. Mas sua carreira vem longe, bem antes de 1991, quando se mudou para a capital fluminense. ;A minha história com Brasília é eterna. Para onde vou, levo o nome da cidade. Todo mundo no Rio sabe disso;, diz.

A música está no sangue da família. Sérgio é o caçula, irmão de Lula Galvão, do maestro Carlos Galvão (falecido em 2009), do baterista Zequinha Galvão (falecido em 1996). É também uma cria da Escola de Música de Brasília, trampolim para os palcos ; ainda nos anos 1980, Sérgio teve o gostinho do sucesso com o grupo Obina Shok, que circulou bem além dos limites do DF.

RESENHA ; PHANTOM FISH

Uma senhora estreia
O sucesso artístico e de público de qualquer obra tem razões misteriosas. Mas, como as qualidades de Phantom Fish são várias, vale arriscar uns palpites. Primeiro, é um trabalho na veia do jazz contemporâneo, de som vibrante e complexidade rítmica, acústico em boa parte, mas com sacadas elétricas (ouça Zuruba e Mandruzza). Segundo, é autoral ; isso é ouro para os americanos. Galvão tem frases próprias, melodias inéditas, ainda que a pegada remeta a Joe Lovano ou a certos períodos de Michael Brecker. Aí entram o repertório próprio e a escolha acertada das faixas alheias (Amphybious, de Moacir Santos, e Vou deitar e rolar, de Baden Powell). O tema-título resume o acerto, com levada caribenha entrecortada por solos fluentes, afiados, líricos e com um quê de gafieira (elemento matador para arrebatar ouvintes não brasileiros). Por fim, o mais importante: é evidente que tudo foi gravado com intensidade e prazer, coisa de músico veterano com coração de garoto.

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