A banda Moinho, formada por Emanuelle Araújo, Lan Lan e Toni Costa, completa 10 anos de fundação em 2014. Aproveitando a data comemorativa, o grupo, que surgiu na efervescência cultural da Lapa (Rio de Janeiro), lança o CD, Éolo. O disco de estúdio traz, em sua maioria, músicas autorais, o que diferencia esse projeto dos anteriores. ;Fomos compondo nos últimos cinco anos (data do lançamento do último CD). Inclusive, a gente até chegava a experimentar no show uma canção ou outra. Nesse trabalho, 90% das músicas são minhas e de Lan Lan;, explica Toni Costa, guitarrista do Moinho.
Como grande parte das composições ficou a cargo da dupla, coube a Emanuelle testar a interpretação das músicas. ;Os compositores são eles, mas, como somos muito sintonizados, batemos a composição juntos. Eu canto e nós vemos como funciona;, afirma a vocalista. Lan Lan também completa a ideia da colega ao dizer que o repertório surgiu de forma muito natural e da maturidade do trabalho do grupo: ;O tempo nos deu isso;.
Além da união do trio, que é ainda mais visível nesse projeto, um quarto músico teve uma participação importante na finalização do disco. Amigo dos três, o cantor Carlinhos Brown é coautor e produtor de duas canções Tu pira e a música título do CD. ;Carlinhos Brown tem uma relação individual com cada um de nós e em épocas diferentes. Estávamos fazendo um projeto na Lapa 40; Graus, em que cada semana recebíamos um convidado. Quando nos encontramos, já desenvolvemos logo essa parceria musical;, relembra Toni Costa.
Cinco perguntas // Moinho (Emanuelle Araújo, Toni Costa e Lan Lan)
Por que o disco se chama Éolo?
Toni Costa: Na mitologia grega Éolo é o deus do vento e o Moinho tem tudo a ver com o vento, que é o que impulsiona. A letra da Lan Lan e do Carlinhos Brown tem essa coisa de energia renovada. Digamos que queríamos esse contexto.
Lan Lan: O Éolo é o deus do vento. Acho que é um processo que vem de maturidade, vem do tempo que a gente está junto. O Moinho sempre teve um propósito que não foi pensando, que foi natural da gente estar feliz e se divertindo no palco. A nossa música é o resultado do nosso encontro. É maturidade do tempo em que estamos juntos. Pensamos nas composições, pensamos no roteiro e no processo de apresentar esse novo disco autoral para formar um novo trabalho, um novo momento. O vento é conceito que está presente nesse título. É o deus do vento que traz tempestade, a bonança e que nos faz girar. É o tempo que a gente está junto que desemboca nesse trabalho. Levamos esse conceito do nosso som e as várias facetas que a gente tem para a capa. Está tudo relacionado.
Como vocês conciliam o projeto com as outras carreiras?
Toni Costa: No Brasil é assim, todo mundo tem que ocupar os espaços. Lan Lan tem a carreira solo dela muito firme. Manu tem a carreira de cantora paralela a banda e a de atriz. Eu tenho a música instrumental. Todo brasileiro é aquele que cruza e depois corre para cabecear.
Emanuelle Araújo: A gente vai indo no amor, realmente são muitas coisas. Mas o Moinho são três pessoas que têm carreiras e muitas experiências na música. A gente compreende o momento e as prioridades. Agora estamos no momento Moinho. Nesses momentos a gente se dedica ao mundo da música. Mas dá para conciliar com as outras coisas. São dez anos assim. Acho legal que a gente sempre teve esse jogo de cintura. Moinho tem essa coisa de família, a Lan Lan é minha irmã e Toni é meu padrinho de casamento. Vou voltar em junho para a televisão e atualmente estou no cinema em S.O.S Mulheres ao mar. Estou superfeliz com isso.
Esse disco surgiu após cinco anos de hiato e mostra um trabalho mais autoral...
Toni Costa: As composições foram feitas nesse período. Algumas já estavam prontas, mas finalizamos quando decidimos entrar em estúdio. O esboço já vinha com a gente, inclusive a gente até chegava a experimentar no show uma canção ou outra. Esse é o trabalho mais autoral com 90% de músicas minhas e da Lan Lan.
Lan Lan: Quando começamos recebemos muitos presentes de Nando Reis, Ana Carolina e que formaram o nosso primeiro disco. Mas com o convívio da gente e nas horas vagas começamos a criar as composições inéditas. A gente compôs o disco e o repertório de forma bem natural, da convivência e da maturidade que o tempo deu para gente.
Emanuelle Araújo: Os compositores do Moinho são a Lan Lan e o Toni. Fico na interpretação, mas como somos sintonizados funciona assim. Eles batem a composição e me convidam para cantar e descobrimos como aquilo funciona. O Moinho é esse caldeirão que vai moendo a química de nós três. Deixo eles fazendo a composição e depois acabo fazendo parte da onda e vendo o que realmente funcionar, a partir da apresentação.
Esse trabalho tem a participação de Carlinhos Brown. Como surgiu essa parceria?
Toni Costa: Carlinhos Brown tem uma relação individual com nós três e de épocas diferentes da nossa carreira. Estávamos fazendo uma série de shows no Lapa 40; Graus e recebíamos um convidado por semana. Quando a gente se encontrou já desenvolvemos essa parceria musical e fizemos duas músicas (Éolo e Tu pira).
No início da carreira vocês fizeram muitos shows em Brasília. Como é a relação de vocês com a cidade?
Toni Costa: Pois é, estou até com saudades de voltar a Brasília. Me lembro, como você disse, no começo a gente fazia muito shows aí. Era shows bacanas com um pessoal animado. O público de Brasília é muito bacana. Espero que com o lançamento a gente possa fazer nosso show na capital.
Emanuelle Araújo: Adoro Brasília. A gente tem um público muito bacana em Brasília. Os shows foram muito legais. Claro que Brasília está nos nossos planos. A gente lança a nova turnê em 3 de maio no Rio de Janeiro. Depois a ideia é correr todas as capitais brasileira e Brasília lógico está no topo da lista. A gente tem carinho especial pelo movimento da música de Brasília, que foi o polo de muitos artistas que nos influenciam e que fazem parte da nossa história.
Ouça a canção Éolo:
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