A China é um país peculiar no quesito literatura. Quando Hao Qun começou a escrever, preferiu publicar na internet. Ali, a censura é menos efetiva, e a pirataria, menos eficaz. Sob o pseudônimo de Murong Xuecun, ele escrevia ficção no boletim da empresa na qual trabalhava. As histórias juntavam personagens jovens e situações familiares do cotidiano das metrópoles chinesas. Relacionamentos estavam no topo do assunto predileto de Xuecun.
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[SAIBAMAIS]Da internet, os livros migraram para o papel, e o nome do autor ganhou os leitores. Ele chegou a ter mais de 3,97 milhões de seguidores na Weibo, o Twitter chinês, antes de o governo encerrar a conta. Foi quando teve início um jogo de gato e rato entre o autor e as instâncias oficiais: cada vez que Xuecun reabria a conta, ela era encerrada. E foram sete contas.
O escritor acabou por se tornar um defensor da liberdade na internet em um país no qual até os diretórios acadêmicos são controlados pelo governo. Atualmente, ele escreve no Weibo com o nome de Murong Yicun e já contabiliza 57 mil seguidores. É sobre a tensão de produzir literatura nesse cenário que ele fala hoje, na mesa A literatura que vem do Oriente, na II Bienal Brasil do Livro e da Leitura. Ele divide a cena com o sul-coreano Kim Young-ha.
Nesta quarta-feira (16/4)
A literatura que vem do Oriente, com Murong Xuecun, Kim Young-ha e Angel Bojadsen ; 18h30, no auditório Nelson Rodrigues
Diradura militar: disputas e contradições dentro do poder, com Carlos Chagas ; 19h, no auditório Jorge Amado
Seminário Krisis, com John Dramani Mahama, Mia Couto, Carlos Nobre e Rosana Jatobá ; 20h30, no auditório Nelson Rodrigues
Show do Liga Tripa, Beirão e Renato Matos ; 22h, na Praça do Museu Nacional da República
Senhas serão distribuídas no local.
Visitação até 21 de abril de 10h às 22h, na Esplanada dos Ministérios. O futebol e as ditaduras na América Latina: Argentina, com Eduardo Sacheri. Hoje, às 14h, no Café Literário Jorge Ferreira. Senhas serão distribuídas antes do evento.
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