postado em 16/04/2014 22:43
Em auditório lotado, e as senhas disputadas, o escritor moçambicano Mia Couto dividiu na noite desta quarta-feira (16/4) a mesa do seminário Krisis com o presidente de Gana e o professor Carlos Nobre, na II Bienal Brasil do Livro e da Leitura.
O desenvolvimento sustentável e as transformações ambientais foram debatidas pelos palestrantes e pela plateia, com mediação da jornalista Rosana Jatobá. "Eu tenho uma grande suspeita sobre o jargão ;desenvolvimento sustentável;. Cria-se um véu. O sistema produz destruição, miséria e agressão ambiental. Mas esse assunto é muito mais complexo. O capitalismo engoliu o próprio nome", disse Mia Couto.
Para o escritor, que também é biólogo e desenvolve pesquisas em regiões de Moçambique, o que falta não é encontrar uma imagem nacionalista, pois isso centralizaria as atenções exclusivamente no ser humano. "Essa maneira de pensar nos coloca como centro. Nós tratamos as pessoas como recursos humanos e não aceito que me chamem de recurso humano."