Ézio Pires
postado em 21/04/2014 10:17
Vejam como as mulheres entraram para ficar nas poesias de Manuel Bandeira: em um questionário respondido aos 80 anos, ele reclamava de ter perdido a vez de se casar. Quando o poeta de Pasárgada completou esta idade, BrasÃlia tinha apenas seis. A nova capital, na ocasião, foi por ele apontada como ;uma joia;. No último dia 19 de abril, completaram-se 120 anos desde o nascimento de Bandeira.
Poucos anos antes de morrer, já no fim da década de 1960, conversei muito com o poeta nos então tradicionais encontros de almoço no Restaurante da Livraria Ed. José Olympio, no Rio de Janeiro. Ele já estava vivendo uma época em que se mostrava sempre preocupado com a saúde dos amigos, para os quais gostava de aconselhar remédios. E a Eneida avisava: ;Cuidado com os remédios de Bandeira. Ele quase me mata.;
Desse perÃodo da vida do poeta, por meio de um questionário proposto pelo então Caderno Cultural do Correio Brasilienze, o poeta respondeu à s seguintes perguntas.
Onde estão na infância e naadolescência as raÃzes do poeta que você é?
A infância no Recife, a doença a partir dos 18 anos, os amores frustrados por causa da doença ... São as principais raÃzes da minha poesia.
Que acha do casamento?
Não tenho experiência no assunto: não pude casar-me, perdi a vez.
Como vê BrasÃlia culturalmente?
BrasÃlia é uma joia. Não é ainda uma cidade. Não se mora numa joia. Mas o tempo, a vida com as suas indispensáveis impurezas, se encarregará de transformar a joia em cidade. (Essa observação do poeta é de um perÃodo em que os grandes jornais cariocas registravam diariamente a possibilidade da capital da república voltar para o Rio).
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