Ricardo Daehn
postado em 11/05/2014 17:36
"Naquela época, nós, alemães, éramos soldados, não filósofos" ; curta e grossa, a frase de um dos personagens do documentário A Copa esquecida expressa o contexto truculento que impedia a fraternidade e o espírito de comunhão para a realização da quarta Copa do Mundo de Futebol, em 1942. Na versão oficial, o famoso evento só retornaria a campo, em 1950, passados os efeitos mais devastadores da Segunda Guerra Mundial.
Afrontando as condições adversas, porém, e enamorado de uma dose de loucura, o conde de origem húngara Vladimir Otz agiu, naquela realidade que o deixava inconformado. ;A Copa será a única manifestação capaz de parar a guerra;, proclamou, por rádio, o homem que fora designado ministro dos Esportes do Reino da Patagônia. Ninguém podia duvidar da obstinação de Otz, dado a arroubos como trasladar, em partes, um palácio da Europa para a América do Sul. ;A Fifa não reconhece; o mundo, tampouco, e o Vaticano não reconhece. Mas, Deus, se existe, reconheceria este torneio;, disse ao microfone, para o público da dúzia de equipes arregimentada para a disputa que culminou em 19 de dezembro de 1942.
Diplomado em história do cinema (por Pisa, Itália) e colaborador em projetos audiovisuais com chancela da Fifa, Lorenzo Garzella se juntou a um florentino aficionado por futebol, o artista visual e ;arquiteto arrependido; Filippo Macelloni, com a meta de desvendar uma trama de megalomania, de lendas, de embates entre jogadores amadores e de um suposto ourives habilidoso em replicar a Taça Jules Rimet. O encontro desse francês com o visionário conde se deu em Buenos Aires, antes de que o empreendimento esbarrasse no deboche de jornais da época.
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