postado em 17/05/2014 09:31
Ao andar sozinho por todos os bares e conseguir cantar, mesmo com o ar tão seco, Sérgio Sampaio finalmente se sentiu em casa em meio às asas da cidade-avião. É o compositor capixaba quem descreve a experiência nos versos de Brasília, canção que permaneceu inédita por mais de uma década após a morte dele, há 20 anos, e que desvela de forma estarrecedora a relação do artista com a capital federal, que o acolheu por um mês em seu último ano de vida.
L.
Aqui, o criador de Eu quero voltar meu bloco na rua, que inundou o país no começo dos anos 1970, e de mais cerca de 50 pérolas obscuras do cancioneiro popular brasileiro, foi recebido pelo amigo Roberto Valadão, então deputado federal pelo Espírito Santo, em apartamento funcional na 302 Norte. Sampaio e Valadão eram camaradas desde os tempos de Cachoeiro de Itapemirim (ES), terra natal de ambos.
Aos 46 anos, careta e debilitado pelos anos de farra, Sampaio vivia momento de intenso vigor criativo. Naquele 1993, ele compôs diversas canções, fez shows, reuniu em torno de si um séquito de fiéis admiradores e inventou uma cidade para si. ;Ele estava meio jogado de um lugar para o outro e, aqui, teve dignidade novamente;, garante o amigo Ricardo Jarrão, um dos primeiros a ouvir Sampaio entoar, acompanhado de violão, a música Brasília.
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