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Diversão e Arte

Festival de Cannes se rende a obra de Godard; entenda

Cineasta concorre a Palma de Ouro na 'Adieu au Langage', 67ª edição do concurso.



Adieu au langage contém vários elementos que marcaram sua carreira: os movimentos de câmera, o som não sincronizado com a imagem, uma narração que deixa a impressão de não ser o elemento mais importante no filme.

Apesar de não ter viajado a Cannes, o diretor enviou uma mensagem em vídeo de nove minutos ao presidente do Festival, Gilles Jacob, e ao diretor artístico, Thierry Frémaux, em que classifica seu filme como "uma valsa". Nas palavras de Godard, seria sua melhor obra.

"Deixou de ser um filme, apesar de ser o meu melhor, é uma simples valsa", afirmou. O vídeo contém diversos trechos de filmes seus, como Rei Lear (1987) e Alemanha nove zero (1991).

Em entrevista de uma hora e 20 minutos divulgada nesta quarta pela rádio France Inter, o diretor resume a trama de seu último trabalho.

"É uma história simples: uma mulher casada e um homem solteiro se encontram. Se amam. Brigam... Um cachorro vaga entre a cidade o campo. As estações passam. O homem e a mulher se encontram novamente. O cachorro encontra os dois", explicou, dando margem a interpretações.

Nas redes sociais, os comentários têm sido positivos, em sua maioria. O crítico da revista Les Inrock qualificou o filme como "o mais brilhante que viu em Cannes".

"O filme é uma tela abstrata e experimental", diz um comentário no Twitter. Segundo o jornal Le Figaro, alguns "riram do absurdo filme, confessando não ter entendido nada". Já Peter Bradshaw, crítico do jornal britânico "The Guardian", classificou o filme como "errático, excêntrico, exasperante e louco".