Diversão e Arte

Ilustrador brasiliense Roger Mello colhe os frutos do prêmio Hans Christian

Atualmente, ele está com uma exposição na Coreia e outra no Japão

Nahima Maciel
postado em 24/05/2014 10:17

Atualmente, ele está com uma exposição na Coreia e outra no Japão

Os meninos do mangue, o carvoeirinho que morava numa casa de queimar carvão, a garota que conversa com um macaco e João, o filho do pescador, estão todos juntos desde 5 de maio sob as árvores centenárias da Ilha Nami, um pequeno paraíso cultural perto de Seul, na Coreia do Sul. Ali, a céu aberto, os personagens de Roger Mello se revelam como integrantes de um mundo global, embora carreguem consigo muito da bagagem local que os fez nascer.

Foi essa combinação que seduziu o júri do prêmio Hans Christian Andersen, o mais importante da literatura infanto-juvenil, concedido a Mello em março. A ilha coreana é um dos principais patrocinadores do prêmio e se rendeu ao trabalho de Mello, que está no Japão para inaugurar uma exposição no Chihiro Art Museum, dedicado à ilustração.

O interesse que vem do Oriente é resultado da repercussão do prêmio, mas também da incrível habilidade de Mello, nascido em Brasília há 48 anos, de conciliar mistério, poesia, referências populares e contemporaneidade em oito livros dos quais é autor e ilustrador. Menino crescido nas curvas de Oscar Niemeyer, embalado pelos azulejos de Athos Bulcão, totalmente imerso no urbanismo de Lucio Costa e contaminado pela variedade cultural trazida pelos brasileiros que vieram fazer Brasília, ele acredita que é um produto de um caldeirão fértil e bonito.

Desenhista compulsivo desde a infância e inventor de suas próprias histórias, Mello costuma dizer que não escolheu a ilustração, mas foi escolhido por ela. ;Sempre fui apaixonado por desenho, pela imagem sequencial, pela narrativa, com todo o mistério que ela traz;, contou, por telefone ao Correio, do pé do monte Fuji, onde estava para a inauguração da mostra no Japão. ;A cultura visual, sem que eu pensasse na ilustração, já estava no meu dia a dia na maneira como a própria cidade (Brasília) se mostrava para mim. As pessoas se queixam de estarmos em uma era da imagem e não percebem que a imagem tem uma potência de leitura do mundo;.

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