Irlam Rocha Lima
postado em 10/06/2014 08:06
Na infância, Maria Bethânia achava que o quintal no fundo da casa dos pais, Seu Zeca e Dona Canô, em Santo Amaro da Purificação, no recôncavo baiano, era uma floresta. Ela se considerava dona do araçazeiro, enquanto o irmão Caetano Veloso tomava conta da mangueira e do pé de fruta-pão. Os dois viviam em cima dos galhos dessas árvores, meio que isolados dos adultos da família.
;Eu era tão bicho do mato que, na reforma da nossa casa, pedi que o meu quarto ficasse no quintal e não junto das outras dependências. Tudo porque queria estar ali, perto das árvores, dos pássaros, da terra, sentindo o cheiro das frutas, vendo o vento soprar. Ocupávamos, eu e Caetano, aquele território que exalava liberdade, onde brincávamos e sonhávamos;, lembra Bethânia, deixando aflorar ternas e tenras reminiscências.
Quando começou a pensar na gravação do novo disco, o 51; da carreira, lhe veio a ideia de cantar esse universo bucólico, mas o desejou ampliado. Então fez Meus quintais, no qual vai além daquele íntimo pedaço de chão em que viveu. Em sua viagem ela quis cantar outros quintais, outras florestas e os personagens que neles habitam: passarinho, bichos, caboclo, Yara (mãe d;água) e, principalmente, o índio ; ;o dono do Brasil;; além de elementos da natureza que formam essa atmosfera interiorana, como sol, lua, chuva, água, rio, folha e flor.
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