postado em 11/06/2014 08:12
Há 50 anos, Walberth Burkhardt presenteou a esposa, Edna Fernandes, com o livro Vou ser mãe, de Laurence Pernoud, um guia que marcava a chegada da primeira filha do casal. ;Edna, receba este compêndio certa de que irá trazer grande benefício neste lindo sonho de toda menina, moça, que é um dia ser mãe;, escreveu Walberth na folha de rosto datada em fevereiro de 1964.
Walberth morreu 15 anos depois, vítima de leucemia, e, mesmo sem tê-lo conhecido, a estudante Bruna Burkhardt, de 21 anos, emocionou-se com a dedicatória do avô. ;É como se eu estivesse revivendo um pouco daquela história, senti o carinho e a proteção dele pela minha mãe e minha avó;, diz Bruna. ;São palavras sinceras de um romantismo que está se perdendo, são poucas pessoas que ainda escrevem dedicatórias ou cartas apaixonadas.;
A educadora Isabel Resende concorda com Bruna. ;As pessoas deveriam escrever o que sentem pelas outras. Esse costume poderia voltar a ser frequente.; Isabel também é autora de uma longa dedicatória romântica escrita no Livro de Ouro da Saúde, de Jaap Huibers, com o qual ela presenteou o esposo apreciador de dietas saudáveis no Dia dos Namorados de 1988. ;Depois de 25 anos juntos, com certeza eu escreveria a mesma dedicatória.;
Segundo o pesquisador em literatura e poeta Antônio Carlos Secchin, a tradição das dedicatórias ganhou força no Brasil na década de 1950, quando as tiragens de livros tornaram-se maiores e começaram as concorridas tardes de autógrafos em livrarias do Rio de Janeiro. A partir daí, a prática tornou-se popular, principalmente entre amigos e casais, que teciam declarações em folhas de rosto de livros e também em capas de discos de vinil.
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