postado em 12/06/2014 08:38
Parceiro de Jô Soares na criação de personagens como o Capitão Gay e a cantora Nanayá com Ypsilon, o humorista Max Nunes morreu ontem, aos 92 anos, depois de complicações por causa de uma queda na qual fraturou a tíbia. O humorista morreu no Hospital Samaritano, em Botafogo, no Rio de Janeiro, na madrugada de quarta-feira. Formado em medicina com especialidade em cardiologia, Nunes exerceu a profissão durante quase três décadas, mas foi pelo trabalho na televisão que ficou conhecido.
[SAIBAMAIS]Filho de um jornalista que escrevia esquetes para a Rádio Mayrink, o humorista cresceu em meio a artistas e intelectuais que faziam a história da cena artística carioca nas décadas de 1930 e 1940. Conheceu Noel Rosa, de quem era vizinho, e várias personalidades da televisão, o que acabou por guiá-lo até a telinha. Em parceria com Laércio Alves, escreveu a música Bandeira branca, sucesso na voz de Dalva de Oliveira, e foi um dos redatores do Balança mas não cai, programa de humor que teve início na Rádio Nacional nos anos 1950 e acabou por migrar para a televisão na década de 1960. Foi nesse espaço que personagens como o Primo Rico e o Primo Pobre consagraram atores como Paulo Gracindo e Brandão Filho.
Nunes trabalhou com humor em várias emissoras e criou programas como o My fair show e Times square, nos anos 1960, para a extinta TV Excelsior. Também passou por várias emissoras de rádio, como a Tupi e a Nacional, na qual era roteirista do programa Barbosadas. A habilidade humorística de Nunes se estendia ao palco e ele escreveu 36 peças de teatro. No entanto, foi na TV Globo que o humorista trabalhou durante boa parte da vida. Na emissora, Nunes realizou a versão televisiva de Balança mas não cai e deu início a outros programas de sucesso, como Riso sinal aberto e Bairro feliz, pelo qual passaram Grande Otelo e Paulo Monte. Ainda na Globo, era parceiro de Jô Soares e até hoje escrevia para o programa de entrevistas do apresentador.