Diversão e Arte

Atores durões perdem espaço para a tecnologia em filmes de pancadaria

Astros como Chuck Norris e Sylvester Stallone estão ficando atrás dos recursos visuais

postado em 05/07/2014 11:27

Bruce Willis Sequência Duro de matar, Pulp fiction, Nova York sitiada e A morte lhe cai bem

Um helicóptero explode sobre o topo do Nakatomi Plaza, enquanto John McLane escapa ileso, preso à cintura por uma mangueira de incêndio na função de bungee jump. O personagem mais cascudo de Bruce Willis ainda retorna para o prédio ao atravessar sem camisa e descalço por uma janela estilhaçada. Cenas artesanais e emblemáticas como a descrita, registrada há quase 26 anos, quando recursos visuais ainda engatinhavam, estão cada vez mais escassas nos longas de ação.

A década de 1990 deu início à produção da nata do gênero. Bruce Willis é apenas um de uma série de atores que viria a ser referência no cinema de ação, mesmo após a virada do século. Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, Chuck Norris, Mel Gibson, Jean Claude Van Damme, Steven Seagal, entre outros, também completam a lista dos caras durões das telonas, responsáveis por alavancar a vertente.

Os ícones da ação encantavam num momento em que os espectadores e apreciadores buscavam apenas uma fonte simples e superficial de entretenimento ; ou seja, pancadaria irrestrita, sangue artificial, brigas ensaiadas, explosões exageradas e, claro, o herói contra um exército de vilões. Nisto, qualidades técnicas, incluindo o nível das interpretações ou a coesão dos roteiros, eram deixadas em segundo plano, muitas vezes, o que também tem sofrido mudanças com o tempo.



A safra atual também tem representantes de peso, mas a forma como os intérpretes, ou os respectivos dublês (na maior parte das vezes), gravam as cenas dignas das missões mais impossíveis mudou com o avanço da tecnologia, numa evolução natural. A plasticidade gerada pela computação gráfica tem extinguido combates ensaiados e artesanais. As tramas têm sido mais pensadas, para um público mais exigente.

Segundo o crítico de cinema Vinícius Brandão, autor da página Velha onda, as mudanças no modo de se produzir esses longas têm ocorrido por motivos diversos. ;Em 1990, os filmes eram obrigados a usar recursos de câmera e de montagem para esconderem suas limitações. Com isso, surgiram muitas soluções criativas, que tornavam as cenas de ação grandiosas mais duras e vibrantes;, comentou.

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