Agência France-Presse
postado em 06/07/2014 20:01
Paris - Com uma coleção super sexy de Versace que teve Jennifer López na primeira fila, a alta-costura iniciou, neste domingo, seus desfiles de outono-inverno 2014-2015, que contará com a apresentação do brasileiro Gustavo Lins.
O glamour e a sensualidade marcaram presença entre os mármores da Câmara de Indústria e Comércio de Paris, perto do Arco do Triunfo, para o desfile do Atelier Versace. Minutos antes do início do desfile, a chegada da estrela Jennifer López, deslumbrante em um vestido-bustiê branco, causou rebuliço entre os fotógrafos.
As roupas de festa do Atelier Versace, geralmente monocromáticos em preto, branco ou azul, revelaram muito, como o modelo bustiê preto brilhante, tão colado ao corpo quanto um maiô, sobreposto por um drapeado de seda lilás.
Opulentos abrigos em organza de seda e retalhos de vison azul foram arrematados com correntes de cristal, criadas pela casa Swarovski especialmente para a coleção. Outros modelos integraram colares metálicos aplicados diretamente no decote do vestido.
"A provocação consistiu em eliminar quantidade de tecido para acentuar a modernidade da alta-costura", explicou a estilista Donatella Versace em nota aos convidados.
- Duas estilistas francesas -
Além de Versace, desfilaram as coleções de duas estilistas francesas: Stéphanie Coudert, uma costureira de bairro que entrou para o clube exclusivo da alta costura, e Fred Sathal, ex-criadora de figurinos de ópera.
"Costureira particular" há anos em sua loja-ateliê em Belleville, bairro popular do norte de Paris, Stéphanie Coudert levou para as passarelas uma amostra excelente de elegância à francesa, sem cair no óbvio.
Suas modelos se apresentaram mais lentamente que o habitual, permitindo apreciar melhor os cortes inovadores da primeira coleção "couture" de Coudert, descoberta por um empresário da moda que apostou em seu talento.
Suas criações são femininas, mas não sexy. Os vestidos são confortáveis e associam elementos esportivos e sofisticados, com uma mistura de texturas, do jersey ao neoprene.
Após oito anos ausente, a marselhesa Fred Sathal trouxe para Paris uma coleção de 36 modelos totalmente bordada - no verso e reverso -, com muitas lantejoulas e tecidos artesanais que brincam com a luz. Para os dias muito frios, a sugestão foi um incrível poncho composto unicamente de caudas de raposa.
Esta semana e até a quinta-feira, o programa oficial de desfiles inclui as ;maisons; mais famosas: Chanel, Valentino, Dior, Jean Paul Gaultier... Os desfiles acontecerão em cenários às vezes deslumbrantes, em alguns dos mais belos edifícios da capital francesa.
Paralelamente ao programa oficial, estão previstas dezenas de desfiles e apresentações privadas "off", entre os quais estão previstos este ano o do brasileiro Gustavo Lins, o do mexicano Antonio Ortega, o do peruano Alexandre Delima e o do venezuelano Óscar Carvallo.
A alta-costura só desfila em Paris duas vezes por ano e reúne oficialmente uns 20 membros. É um apelo protegido por critérios estritos: os modelos devem ser obra do criador permanente da casa e confeccionados em ateliês com, pelo menos, 20 funcionários.
Os vestidos demandam dezenas ou centenas de horas de trabalho e são vendidos por dezenas de milhares de dólares a mulheres que os exibem nos tapetes vermelhos de Hollywood, Cannes ou em festas privadas no Brasil, na Rússia, na Ásia ou no Oriente Médio.
Para as grandes casas, como Chanel e Dior, a alta-costura é, acima de tudo, uma vitrine que favorece as vendas de suas coleções de prêt-à-porter, que por sua vez, fazem o marketing de seus perfumes e acessórios, especialmente as bolsas.