Diversão e Arte

Diretores brasilienses enfrentam problemas para rodar filmes na cidade

O Correio conversou com diretores e representantes da categoria para entender quais são os principais percalços existentes no trajeto; confira

postado em 09/07/2014 08:10
Cineastas e produtores de audiovisual do Distrito Federal convivem sob o temor de antagonistas palpáveis, vislumbrados no exterior das telonas; lutam contra processos burocráticos e desamparo financeiro. A produção local de longas e curtas-metragens esbarra na ausência de incentivos e na logística de distribuição do material. O Correio conversou com diretores e representantes da categoria para entender quais são os principais percalços existentes no trajeto daqueles que se aventuram no cinema brasiliense e quais seriam as soluções.

Leonardo Hernandes:
Questionados sobre quais são os dramas verídicos presentes em suas vidas, cineastas, de forma quase unânime, elegeram a burocracia como uma das grandes vilãs da produção local. Mesmo avaliados como essenciais, os incentivos do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), administrado pela Secretaria de Cultura do DF (Secult) e responsável pelo patrocínio de várias películas, esbarram em contratempos que têm início no edital e prosseguem nas primeiras etapas.



Segundo o diretor Gustavo Galvão, autor dos longas Nove crônicas para um coração aos berros (2012) e Uma dose violenta de qualquer coisa (2014), a burocratização excessiva do FAC pode prejudicar a produção local, embora o considere um recurso importante, principalmente para produtores independentes. ;São inúmeros exemplos de projetos prejudicados pela burocracia antes mesmo de saírem do papel, inclusive na fase de inscrição no edital. Vencidos esses obstáculos, quando chega a hora de montar uma equipe, pesa a falta de pessoal em determinadas áreas;, pontua. O presidente da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV), Pedro Lacerda, tem opinião parecida: acredita que o FAC não é suficiente para suprir demandas existentes no DF. ;Entendemos que esse tipo de financiamento está esgotado, não tem mais sentido. O FAC dá dinheiro para fazer o filme, mas não dá uma destinação para assisti-lo. O diretor termina e, depois, mostra para amigos e parentes ou sai para procurar alguém para lançá-lo;, critica.

Sobre a lentidão quanto à liberação dos recursos capitaneados pelo governo, o subsecretário de Fomento da Secretaria de Cultura, Leonardo Hernandes, discorda e aponta que o fundo opera com maior eficiência do que outros semelhantes. ;O FAC é significativamente menos burocrático do que a Agência Nacional do Cinema (Ancine), por exemplo, a qual os cineastas apelam para recursos também. Além disso, é um investimento sem a necessidade de retorno. O que não acontece na Ancine, em que devem retornar percentuais sobre o lucro apurados sobre a obra;, defende.

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