Diversão e Arte

Terceira edição do Festival Internacional de Cinema está de casa nova

Com representantes de 11 países em competição, o Biff terá projeções no Cine Brasília, além das atrações no Cine Cultura Liberty Mall

Ricardo Daehn
postado em 12/07/2014 10:37
Valeria Bertuccelli e Daniel Hendler, dirigidos pelo argentino Ariel Winograd, são vigaristas em Vino para robar, atração do Biff

Se em campo pesa o dilema da eterna rivalidade futebolística, no terreno da arte, a Argentina é mais do que bem-vinda. Isso é o que indica a seleção do terceiro Festival Internacional de Cinema de Brasília (Biff), previsto para o período entre 28 de agosto e 6 de setembro, com programação completa ainda a ser divulgada. Já conhecido dos brasilienses, com a comédia Meu primeiro casamento, o diretor portenho Ariel Winograd estará representado entre a dúzia de filmes que, pela primeira vez, serão apresentados no Cine Brasília. Com Vino para robar, Winograd coloca em pedestal um objeto de desejo das mais vistosas da Argentina, aos olhos não apenas de brasileiros: uma garrafa de vinho Malbec. No caso da trama, que incorre em glamour e ostentação, trata-se de uma especiaria de meados do século 19 (acondicionada com forte esquema em Mendoza) e visada por gatunos.

Premiada como melhor filme em Mar del Plata (Argentina), a produção A utilidade de um revisteiro, primeira na carreira do cineasta Adriano Salgado, é outra atração do Biff. Uma reunião de trabalho sem precedentes (com personagens despidas de tato e formalidade) dá impulso às rusgas entre uma cenógafa e sua traumatizada aspirante a assistente, em papéis interpretados por Yanina Gruden e María Uzedo. O espanhol ainda poderá ser ouvido em Conducta, filme cubano que explora a crise com a lacuna deixada por experiente professora que fica doente e distante do problemático aluno Chala, um jovem treinador de cães de briga. Vencedor de prêmio no Festival de Málaga (Espanha), o filme de Ernesto Daranas fala de respeito e incapacidade de comunicação.



Com representantes de 11 países em competição, o Biff terá projeções no Cine Brasília, além das atrações no Cine Cultura Liberty MallTrês perguntas / Nilson Rodrigues, diretor do Biff

Qual o orçamento do festival e o que dá maior lastro ao evento?
Foram quase duzentas inscrições de longas-metragens vindas de todo o mundo. O Biff se afirmou mundialmente. O orçamento do festival está em R$ 1,9 milhão e temos patrocínios confirmados da Petrobras, da Bancorbras, da Ambev e da Secretaria de Cultura do GDF.

Vocês redimensionaram o Biff. O que muda nesta edição?
Os critérios continuam sendo diversidade geográfica, temática e estética. Não há modificações no formato, há uma mostra competitiva, duas mostras paralelas e uma outra dedicada ao convidado de honra. Alteramos os tipos de mostra. Já fizemos independentes americanos, novo cinema europeu, latina, panorama africano e agora faremos a mostra Panorama Mundi. A curadoria segue coordenada pelo crítico José Carlos Avellar, que também coordenará os debates com os representantes dos filmes da competitiva que estarão aqui. Tudo em formato que deu certo. A única mudança é quanto ao horário dos debates, que agora serão logo após as sessões da mostra competitiva, no Cine Brasília.

Como assegurar a qualidade das projeções no Cine Brasília?
O Cine Brasília é um templo do cinema! Tivemos cerca de 15 mil espectadores, em média, nos dois últimos festivais. Com o Cine Brasília, pretendemos ultrapassar 20 mil. Adequaremos os equipamentos técnicos do Cine Cultura e do Cine Brasília às projeções. Fizemos mais de 250 projeções, nos dois festivais internacionais que realizamos, e sem problemas. Não será dessa vez que teremos. Todos os filmes da mostra competitiva terão presentes seus representantes. Teremos convidados também para as mesas de debates, como Coprodução Brasil-Argentina ; Novas Perspectivas, com a presidente do INCA , o presidente da Ancine, mais dois produtores que têm realizados coproduções, um brasileiro e um argentino. Teremos também a mesa Os Festivais Internacionais e o Espaço do Cinema Latino-Americano, ela terá o diretor da Semana da Crítica de Cannes, a diretora do festival da Havana e o responsável pelo Bafici (Argentina).

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