Diversão e Arte

Escritores, como Graciliano Ramos, vestiram a camisa da crítica ao futebol

Segundo o escritor Lima Barreto, tratava-se de um esporte que só gerava brigas e desperdício de dinheiro público

postado em 13/07/2014 08:05
Segundo o escritor Lima Barreto, tratava-se de um esporte que só gerava brigas e desperdício de dinheiro público

Quando o futebol começou a cair nas graças do povo brasileiro, no início do século 20, alguns escritores vestiram a camisa da crítica árdua ao esporte. Afinal, segundo o escritor Lima Barreto, tratava-se de um esporte que só gerava brigas e desperdício de dinheiro público. ;Um jogo de pés que concorre para a animosidade e a malquerença entre os filhos de uma mesma nação;, disse o autor de O triste fim de Policarpo Quaresma. Já Graciliano Ramos ;profetizou;: ;Futebol é fogo de palha;, na crônica Traços a Esmo. O autor que, em Vidas secas, descreveu o sertão do Brasil dizia que o país não tinha vocação para o esporte e sim para a rasteira.

O placar impensável de 7 x 1 pelas semifinais da Copa do Mundo entre Brasil e Alemanha fez muitos brasileiros questionarem se a nação pode carregar ainda o status de ;país do futebol;, diante daquele massacre de gols. Se há dúvidas sobre o Brasil ainda ser a pátria de chuteiras, para os críticos de literatura, o ;Pelé da literatura sobre futebol; é o uruguaio Eduardo Galeano ; de acordo com lista divulgada pelo jornalismo esportivo do veículo britânico The Guardian, como títulos para se ler durante a Copa do Mundo. Segundo a publicação, nenhum livro barra Futebol ao sol e à sombra (1995), em que Galeano narra a final da Copa de 1950, no Rio de Janeiro, episódio que entrou para sempre para a história do futebol como ;Maracanazo;, quando o Brasil perdeu em casa por 2 x 1 para o Uruguai.

Liga antifutebol
Movido pela ironia e por tensões íntimas, ora entusiasta, ora inimigo da vida moderna, o futebol adquiria, para Lima Barreto, uma seriedade ímpar, que o obrigaria como ;crítico de costumes; a dedicar um tempo significativo do seu trabalho ao novo fenômeno. Talvez, por essa razão, o autor criaria, ao lado de Mario de Lima Valverde, Antonio Noronha Santos e Coelho Cavalcanti, uma ;Liga contra o foot-ball;, na tentativa de aludir às ;verdadeiras atrocidades promovidas pelo esporte;.

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