Severino Francisco
postado em 13/07/2014 08:10

Durante a adolescência, Jaime Ernest Dias viveu dividido entre a paixão pela bola e pela música. Torcedor do Fluminense, peladeiro no Cosme Velho, o bairro de Machado de Assis, ele se mudou para Brasília em 1977, a contragosto. Mas, logo que começou a frequentar o Beirute, passou a curtir a convivência com múltiplos sotaques, adaptou-se à cidade e tornou-se brasiliense. Ele tocou em bares, concertos, gravações de discos e shows de música popular. Nesta entrevista, Jaime fala sobre a paixão da música e das peladas de futebol.
Derrota para a Alemanha
Basicamente, o Brasil perdeu por falta de treinamento e de conhecimento sobre a Alemanha. Armamos o mito de que temos o maior futebol do mundo em cima da habilidade do jogador brasileiro. Só que os talentos são raros agora. O nosso futebol é desorganizado, a estrutura de comando é arcaica. Os outros estão estudando o nosso futebol, não tivemos humildade para saber trabalhar em função das limitações do nosso elenco. Precisava de mais treinamento e menos marketing. Os outros times jogaram as eliminatórias e estavam com ritmo. O Brasil pegou um time muito experiente com várias copas de mundo nas costas. Os alemães fizeram uma reformulação grande desde 2003. Vejo os jogos da Champions League e os do campeonato brasileiro e parece um outro esporte.
Peladeiro no Rio
Comecei a jogar peladas nos campinhos da Tua Belizário Távora, perto do Morro de Dona Marta. A casa de uma marquesa era colada e, quando caía por lá, a bola era furada pelo caseiro. Mas não adiantava, a gente tinha várias bolas de reserva e a pelada continuava. Depois, nós nos mudamos para Cosme Velho, o bairro de Machado de Assis, fizemos um campinho no alto. Todo sábado, descia o pessoal do morro, subia o pessoal da rua e o couro comia. Eu era peladeiro. Depois, fui ao Bennet no Rio, que apoiava o esporte, dava bolsa de estudos. Participamos muito dos jogos infantis, criados pelo Mário Filho, irmão do Nelson Rodrigues, patrocinado pelo Jornal dos Sports. Fomos campeões de futebol de salão. Era algo que movimentava o Rio.
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