Diversão e Arte

Franceses produzem road-movie que mostra o outro lado do Brasil na Copa

Viajando de bicicleta de São Luís até o Rio de Janeiro, os jornalistas fizeram uma web-série e um longa-metragem aproveitando a exposição do país por conta do Mundial

Adriana Izel
postado em 18/07/2014 14:27

Viajando de bicicleta de São Luís até o Rio de Janeiro, os jornalistas fizeram uma web-série e um longa-metragem aproveitando a exposição do país por conta do Mundial

Os jornalistas franceses Rapha;l Krafft, 40 anos, e Alexis Monchovet, 37, viram a Copa do Mundo como um bom momento para produzirem no Brasil um road-movie que mostrasse o outro lado do país que estivesse fora do circuito do Mundial para o mundo. Assim surgiu o projeto Vélo do Brasil, que tem sido exibido na tevê pública da França e pelo canal no Youtube. "Escolhemos o Brasil porque um evento de dimensão internacional estava acontecendo. Era uma boa oportunidade de se concentrar no país, por conta da dimensão política e social de uma Copa", explica Krafft em entrevista ao Correio.
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Durante mais de um mês, a dupla viajou de São Luís, no Maranhão, até o Rio de Janeiro, palco da final da Copa, de bicicleta. Esse é o terceiro projeto envolvendo viagens usando o meio de transporte. Tudo começou quando Krafft percorreu da Terra do Fogo até aos Estados Unidos. Depois, em 2012, juntos, os jornalistas fizeram um trabalho parecido durante as eleições da França.

Viajando de bicicleta de São Luís até o Rio de Janeiro, os jornalistas fizeram uma web-série e um longa-metragem aproveitando a exposição do país por conta do Mundial
Ao todo já foram divulgados 16 episódios da aventura no Brasil e, em 24 de julho, será lançado um longa-metragem. O material mostra os jornalistas contando com o apoio dos brasileiros para conseguir seguir viagem e também traz o cotidiano da população do país que vive no interior e que estava, até certo ponto, distante daquela realidade entusiasta da Copa do Mundo no Brasil.



No episódio 14, por exemplo, que se passa no interior do Alagoas, as moradoras contaram aos jornalistas que não tiveram como acompanhar a competição porque não possuem televisão e estavam trabalhando. Os episódios também mostram brasileiros insatisfeitos com o Mundial, que, de certa forma, fechou os olhos do mundo para as mazelas do país. "Os brasileiros que nos encontramos, em sua maioria, estavam se beneficiando com o Mundial. Só que isso não os impedia de criticar, reclamar e manifestar a falta de serviços do públicos no Brasil", lembra Raph;el Krafft.
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O projeto, que já foi visto por mais de 3 mil pessoas nas redes, acabou mostrando para o restante do planeta que o Brasil não era apenas aquele país das 12 cidades-sedes da Copa do Mundo, que estava sendo exibido para o mundo. "Os brasileiros tiveram a oportunidade de dar uma imagem diferente do país, que não é só o futebol, carnaval e mulheres, mas um país moderno", defende o jornalista francês.

Duas perguntas // Raph;el Krafft, jornalista

Vocês rodaram várias cidades brasileiras. O que viram de mais interessante? E o que os deixou mais surpresos?
Estávamos particularmente surpreendidos pelo sertão, que tinhamos uma falsa imagem. Na verdade, ao invés de um lugar perigoso e com paisagens desoladas, encontramos um povo orgulhoso e hospitaleiro em um ambiente verde.

Vocês saíram de bicicleta pelo país. Quais foram as maiores dificuldades que encontraram durante esse percurso?
Costumamos fazer viagens de bicicleta e, no Brasil, é especialmente recomendado para poder experimentar a extraordinária hospitalidade dos brasileiros e as belas paisagens.

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