Diversão e Arte

Escritor João Ubaldo Ribeiro nas letras, nas telas e nos palcos

Diversos segmentos beberam de sua obra. João fazia questão de acompanhar de perto as adaptações

postado em 19/07/2014 07:45
João Ubaldo segura o afilhado, Gil Vicente, hoje um diretor de teatro

Seria catártico se não fosse real. João Ubaldo Ribeiro, o cineasta Glauber Rocha e o escritor e compositor Ildásio Tavares conversam em uma mesa de faculdade. Debatem cinema, música e literatura. São melhores amigos, fazem chacota um com o outro. Pelas noites, aprontam nas ruas do boêmio bairro Rio Vermelho, em Salvador. Pois não se trata de ficção. As cenas era cotidianas pelos idos de 1960, quando os três cursavam direito na capital baiana.

;João Ubaldo e meu pai eram muito próximos. Desses amigos que trocam e-mails de sacanagem e esculhambam um com o outro, como forma de carinho;, conta o diretor de teatro Gil Vicente, filho de Ildásio Tavares. A amizade rendeu ótimas histórias e um marco especial : ;Minha mãe perdeu o primeiro filho. Quando estava grávida de mim, João Ubaldo colocou a mão sobre a barriga dela e disse: ;Este vai vingar e eu vou batizá-lo;. E assim aconteceu;, relembra o diretor, ainda consternado com a morte do padrinho.


Os dois estiveram juntos recentemente. ;Fui ao Rio e apareci de surpresa no bar que ele sempre ia. Ele levou um susto, foi uma alegria só;, recorda. O afilhado teve a oportunidade de homenagear João Ubaldo em vida. Em 2011, Gil montou e dirigiu Sargento Getúlio, que contou com a presença do escritor baiano na estreia. ;Ele gostou muito. No ano seguinte, fizemos uma nova apresentação para ele em Itaparica (cidade natal de João Ubaldo). Tudo com ares mambembes, mas era aniversário dele e também foi inesquecível;, completa Vicente.

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No teatro
Por uma coincidência jamais imaginada, a capital federal ganhou um acalanto no dia de morte de João Ubaldo Ribeiro. Na noite de ontem, a montagem de Sargento Getúlio, da Cia. Teatro Nu, entrou em cartaz por aqui, onde permanece somente até hoje no Sesc Garagem (913 Sul). ;Uma oportunidade especial. Apesar do falecimento, que ainda tanto nos dói, foi um privilégio poder celebrar João Ubaldo nos palcos, no mesmo dia de sua morte;, contou o ator Carlos Betão, um dos mais queridos nomes do teatro baiano.

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