postado em 23/07/2014 08:41
Distante 119km da capital do estado de São Paulo, o pequeno município de Paulínia viveu momentos de apogeu e queda no cenário cinematográfico brasileiro desde o nascimento do antigo Paulínia Festival de Cinema até a sua brusca interrupção ocorrida em 2012 quando o ex-prefeito José Pavan Jr. decidiu retirar os recursos da competição cinematográfica e investir em outras áreas da administração pública. Depois de dois anos interrompido, a 6; edição do Paulínia Film Festival anuncia o renascimento de uma fênix, com a missão de provar para o resto do Brasil a certeza da continuidade de uma política cultural ousada, implementada desde 2008 em um cidade de cerca de 84 mil habitantes e dona de um polo petroquímico altamente rentável. ;Nós criamos pequenas mudanças estruturais no festival. Mas no resto ele continua o mesmo. Os filmes são exibidos à noite e debatidos de dia;, explica o diretor-geral e curador do certame, Ivan Melo.
[SAIBAMAIS]Paulínia retorna ampliado com a organização de mostras competitivas de longas e curtas-metragens nacionais. Na competitiva de fitas de longa duração, estão os novos títulos dirigidos por nomes como Murillo Salles (Aprendi a jogar com você), Domingos Oliveira (Infância), Lírio Ferreira (Sangue azul) Carolina Jabor (Boa sorte), Fellipe Barbosa (Casa Grande), Camilo Cavalcante (A história da eternidade), e Juliana Rojas (Sinfonia da Necrópole). A expectativa é ainda maior. A ideia é se transformar em rota do cinema internacional a partir deste ano.
O primeiro passo foi a implementação de uma mostra paralela de filmes estrangeiros, com seleção de fitas da distribuidora Imovision (completando 25 anos em 2014). A safra de filmes que preencherão a tela do Theatro Municipal Paulo Gracindo inclui a primeira exibição no Brasil do polêmico Bem-vindo a Nova York. Embalado por muitas cenas de sexo e nudez o novo longa de Abel Ferrara, apresenta o ator Gérard Depardieu na reconstituição livre dos eventos que cercaram o escândalo sexual do ex-presidente do Banco Mundial, Dominique Strauss-Kan, acusado de estuprar uma camareira de hotel em Nova York, em 2011. ;Desde que o festival nasceu a gente tinha a ideia de colocar filmes internacionais. Conseguimos dar acesso à população da cidade ao cinema brasileiro. Agora, vamos aos filmes internacionais;, afirma Melo. Ao todo, serão exibidos sete filmes oriundos de oito países. Para os brasileiros, deverá ser curioso acompanhar o documentário Samba, produção suíça, estrelada por Martinho da Vila.
A premier de Não pare na pista ; A melhor história de Paulo Coelho na abertura do festival prenuncia a chegada mística da cinebiografia do autor de Brida (1990) e O diário de um mago (1987) nas salas de cinema do Brasil. O arco da narrativa abarca os anos da adolescência, a dificuldade para abraçar o ofício da escrita e a consagração como escritor de milhares de livros pelo mundo. ;O filme pega desde a adolescência até 2013. No entanto, alguns trechos da vida são mais sublinhados do que outros. Antes da fama, Paulo foi internado em um sanatório, tentou suicídio e teve inúmeras experiências com drogas. Há a ênfase na relação dele com o rockeiro Raul Seixas, incluindo o processo de composição de algumas canções, como Al Capone;, enumera o cineasta Daniel Augusto.
Confira o trailer de Não pare na pista ; A melhor história de Paulo Coelho
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