O ciclo trágico que abalou a literatura brasileira neste julho friorento começou na primeira quinta-feira do mês, quando a morte levou o poeta Ivan Junqueira, surpreendeu a todos na sexta-feira 18, tirando a vida de João Ubaldo Ribeiro e entristeceu os leitores apaixonados pelo Brasil popular no início desta semana, ao colocar a Caetana no caminho de Ariano Suassuna. Não satisfeita, a dona morte passou por Campinas (SP) e levou Rubem Alves, cronista habilidoso e grande pensador da educação no país.
É um vazio literário que não será preenchido. Eles fazem parte de uma época na qual escritores eram celebridades seguidas na rua e personalidades capazes de lotar auditórios. Viveram o suficiente para deixar uma obra acabada e bem lapidada, mas não o bastante para saciar uma legião de leitores fiéis e fascinados.
Se essas mortes têm aspecto triste, elas também carregam uma tragicidade na leitura do crítico e escritor Silviano Santiago. ;Porque eles são escritores complementares;, explica. ;Nenhum terá um correspondente perfeito na situação atual.; Ivan Junqueira supriu uma lacuna relegada a segundo plano pelo modernismo ao investir no diálogo com a poesia lusitana. ;Era um poeta de formação clássica que reatava esse diálogo de maneira brilhante. Além disso, era um grande tradutor;, diz Santiago, ao lembrar traduções memoráveis de T. S. Eliot e Charles Baudelaire.
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