Paulínia (SP) ; Um furacão chamado Fernanda Montenegro passou pelo Paulínia Film Festival na noite de sábado (26/7). A atriz era um dos nomes do elenco do longa exibido na competitiva nacional, Infância, de Domingos Oliveira. A chegada da primeira dama do teatro brasileiro foi cercada de cuidados. Um esquema de segurança especial teve de ser organizado para evitar que a a atriz de 94 anos se desgastasse com a recepção do público e encontros com a imprensa.
No palco, Fernanda falou da importância do retorno do festival de Paulínia depois de dois anos de paralisação, agradeceu o convite do colega veterano para participar da produção e levantou a plateia do Theatro Municipal Paulo Gracindo que a aplaudiu de pé durante alguns minutos. ;Tenho certeza que vocês farão muita festa depois de assistir o nosso filme;, garantiu Fernanda.
O filme baseado nas lembranças de infância do cineasta Domingos Oliveira se passa no antigo sobrado da família do cineasta no bairro de Botafogo. O Rio de Janeiro dos anos 1950 é recriado em signos da era getulista e registro dos costumes do período. A família da matriarca D. Mocinha (Fernanda Montenegro) está as voltas com as decisões sobre o espólio deixado pelo patriarca, o avô de Domingos., um homem que fez fortuna vendendo barbantes. A crônica familiar, com participação no elenco de Paulo Betti e Priscila Rozembaum, é narrada pelos olhos do menino Rodriguinho (o alterego de Domingos de Oliveira).
O longa-metragem A história da eternidade, do cineasta Camilo Cavalcante angariou aplausos em cena aberta da noite de sábado especificamente com a performance do ator Irandhir Santos interpretando a canção Fala, na versão da banda setentista Secos e Molhados. A narrativa de Cavalcante se instala em um vilarejo do sertão nordestino para narrar histórias de violência bíblica. O longa-metragem que carrega o mesmo título de um curta-metragem assinado pelo cineasta e lançado em 2003, propõe uma releitura filmes do nordestern (os faroestes sertanejos tão comuns no cinema brasileiro dos anos 1960).
A paisagem seca da caatinga tem relação umbilical com o comportamento de moradores de um lugarejo pequeno e sem localização onde os relógicos parecem ter parado de funcionar. Longe do sertão e perto da selva de concreto excessivo, a animação Edíficio Tatuapé Mahal, curta de Carolina Markowicz e Fernanda Salloum, tece uma crítica bem humorada do boom imobiliário da cidade de São Paulo (e do Brasil) pelo ponto de vista dos bonecos de maquetes dos stands de vendas. O protagonista Javier Juarez Garcia é um boneco de stand argentino que resolve se aventurar em oportunidade profissionais no Brasil mas acaba se arrependendo.
A repórter viajou a convite da organização