A personagem Hilda Furacão inspirou o escritor mineiro Roberto Drummond a escrever um
romance, publicado em 1991, que alcançou muito sucesso na época. Drummond era cronista de O Estado
de Minas e inaugurou uma vertente pop na literatura brasileira moderna, explorando histórias do
cotidiano, signos da cultura de massa e a dimensão do fantástico. Não fazia a glorificação do pop
como ocorreu com os artistas norte-americanos. Em Sangue de Coca-Cola, por exemplo, ele desfecha uma
crítica contundente ao desvario autoritário do regime militar de 1964, fazendo menção a um ;general
Francisco Franco que se instalou dentro do coração de cada
brasileiro;.
AudáciaNos anos 1980 e 1990, Drummond se
destacou pela audácia de imaginação e pelo gosto de intervenções polêmicas e promoveu inovações na
literatura brasileira do período, muito limitada por abordagens realistas ou documentais de denúncia
aos descalabros do regime militar. Mas, acima de tudo, ele gostava de contar uma boa história, que
pudesse ser lida por qualquer leitor que, por acaso, caísse de pára-quedas no texto. E esse é o caso
de Hilda Furacão, que narra as aventuras e desventuras de uma mulher na zona boêmia da Belo
Horizonte dos anos 1950, marcada fortemente pelo conservadorismo dos costumes e pelo moralismo
religioso de origem católica.
Compartilhada mais de 1,7 mil vezes até o fechamento desta
edição, a história da mulher encontrada pela reportagem em um asilo de Buenos Aires repercutiu no
Brasil e também na Argentina. Se os hermanos ressaltavam o fato dela ter sido casada com o
ex-jogador do Boca Juniors, Paulo Valentim, como foi o caso de Diego Fucks; outros sugeriram até que
ela retornasse ao Brasil. ;Vamos trazer ela para BH;, disse Manoel Mendes Neto. ;Tem que voltar para
BH;, reforçou Felipe Diniz Marinho.
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