Diversão e Arte

Na Flip, Marcelo Rubens Paiva chora em debate sobre a ditadura

Lágrimas acompanharam depoimento sobre o pai, o ex-deputado Rubens Paiva, cujo corpo está desaparecido até hoje

postado em 02/08/2014 12:51

A partir da esquerda: Kucinski, Arida e o Marcelo Rubens
Paiva

Um dos momentos mais emocionantes do penúltimo dia da Festa LIterária Internacional de Paraty (Flip) ocorreu na manhã deste sábado (02/08). Durante um debate sobre o período da ditadura militar, o escritor paulista Marcelo Rubens Paiva chorou ao ler um texto que escreveu sobre as lembranças que tem da prisão do pai, o ex-deputado federal Rubens Paiva, torturado e morto pelos militares durante a ditadura.

[SAIBAMAIS]A emoção de Marcelo foi retribuída pelo auditório lotado com fortes aplausos, de pé. Em seguida, o escritor lembrou que a mãe, Eunice Paiva, é na verdade a grande heroína da família. "O atestado de óbito do meu pai apareceu 25 anos depois dele ter sido morto pelos militares. Minha mãe levantou o atestado de óbito como um troféu. Ela é a vencedora", disse com voz embargada. Eunice foi presa no DOI CODI e solta após a morte do marido. A família Paiva nunca soubera o paradeiro do corpo de Rubens Paiva.

Clima

A mesa Memórias do cárcere: 50 anos do golpe, da qual também participaram Bernardo Kucinski e Persio Arida, é uma das principais atrações do sábado ensolarado em Paraty, penúltimo dia de Flip. A cidade está tomada por turistas e escritores. Não é difícil topar com Ana Miranda, Ruy Castro, Eliane Brum, Vladímir Sorókin, Silviano Santiago, Michael Pollan, entre outros.

De pé, o auditório lotado aplaudiu o emocionado depoimento de Marcelo Rubens Paiva

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