Um dos momentos mais emocionantes do penúltimo dia da Festa LIterária Internacional de Paraty (Flip) ocorreu na manhã deste sábado (02/08). Durante um debate sobre o período da ditadura militar, o escritor paulista Marcelo Rubens Paiva chorou ao ler um texto que escreveu sobre as lembranças que tem da prisão do pai, o ex-deputado federal Rubens Paiva, torturado e morto pelos militares durante a ditadura.
[SAIBAMAIS]A emoção de Marcelo foi retribuída pelo auditório lotado com fortes aplausos, de pé. Em seguida, o escritor lembrou que a mãe, Eunice Paiva, é na verdade a grande heroína da família. "O atestado de óbito do meu pai apareceu 25 anos depois dele ter sido morto pelos militares. Minha mãe levantou o atestado de óbito como um troféu. Ela é a vencedora", disse com voz embargada. Eunice foi presa no DOI CODI e solta após a morte do marido. A família Paiva nunca soubera o paradeiro do corpo de Rubens Paiva.
Clima
A mesa Memórias do cárcere: 50 anos do golpe, da qual também participaram Bernardo Kucinski e Persio Arida, é uma das principais atrações do sábado ensolarado em Paraty, penúltimo dia de Flip. A cidade está tomada por turistas e escritores. Não é difícil topar com Ana Miranda, Ruy Castro, Eliane Brum, Vladímir Sorókin, Silviano Santiago, Michael Pollan, entre outros.